O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele, e é o que causa mais mortes por câncer no sexo feminino. Segundo o Inca - Instituto Nacional de Câncer, para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023.
“Um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início. Essa é a chave para alcançar a cura: o diagnóstico precoce. Entretanto, muitas pessoas, por medo ou desinformação, evitam o assunto ou não procuram um médico regularmente para realização de exames, o que acaba atrasando o diagnóstico. Por isso, o Outubro Rosa existe, para conscientizar as pessoas, especialmente as mulheres, sobre a importância de procurar regularmente seu médico e realizar os exames de rastreamento, principalmente a mamografia, nesse caso”, explica o médico oncologista Rodrigo Michelli, do Centro de Oncologia Catanduva.
Como a taxa de cura pode chegar a 95% quando o câncer é diagnosticado em fases iniciais, muitas mulheres não dão a devida atenção a essa doença, que pode levar a óbito.
Estudo realizado recentemente pela Sociedade Brasileira de Mastologia - SBM comprovou aumento de cerca de 26% nos casos de câncer de mama nos estágios mais graves. “Com a pandemia, tivemos uma abstenção muito grande na realização de mamografias, o que prejudicou o diagnóstico precoce do câncer de mama, fazendo que a doença fosse descoberta em estágios mais avançados, exigindo tratamentos mais invasivos ou até mesmo o paciente já estando com metástase”, destaca Ugo Vicente, oncologista do Centro de Oncologia Catanduva.
A mamografia e o exame clínico das mamas identificam alterações suspeitas, mas a confirmação do câncer de mama é feita pelo exame histopatológico (chamado de biópsia), que vai confirmar se o nódulo é maligno e qual o tipo de câncer aquela paciente tem.
“Mulheres que realizam a mamografia de rastreamento periodicamente tem 40% menos chances de ir a óbito devido à doença. Estamos falando de um exame que pode identificar lesões a partir de um milímetro, enquanto o autoexame e o exame clínico são capazes de perceber lesões a partir de 1,5 a 2 centímetros. Só aí você já confirma a importância da mamografia para a detecção precoce do câncer de mama”, completa. “Sem falar que quanto mais inicial estiver a doença, maiores as chances de não precisar recorrer a tratamentos mais agressivos.”
O Ministério da Saúde e o Inca recomendam a realização de mamografia em mulheres com mais de 50 anos a cada dois anos, enquanto a SBM, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indicam a realização desse exame anualmente em mulheres a partir dos 40 até os 74 anos de idade.
“Independente, o que vale é procurar seu médico anualmente para realização desses exames, pois ele saberá lhe indicar quais são necessários considerando não apenas a idade, mas sua saúde em geral e o histórico familiar. Além disso, vale ficar atenta a alguns sinais, como caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos; também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas)”, ressalta Rodrigo Michelli.
Nunca é demais reforçar a importância de adotar estilo de vida mais saudável, priorizando a saúde. “Mantenha um peso adequado, não beba, não fume, pratique atividades físicas, tenha boa qualidade de sono e alimentação saudável. Mulheres com esse estilo de vida apresentam 30% menos chance de desenvolver câncer de mama”, finalizam os especialistas.
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