A campanha Janeiro Verde visa conscientizar sobre a prevenção do câncer de colo do útero, doença silenciosa que costuma apresentar sintomas apenas em estágios avançados. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), trata-se do terceiro mais incidente na população feminina brasileira: para 2023 foram estimados 17 mil novos casos para cada 100 mil mulheres.
De acordo com o cirurgião oncológico do Centro de Oncologia Catanduva, Ugo Vicente, o câncer de colo do útero é causado pelo papilomavírus humano (HPV), vírus facilmente transmitido na relação sexual; contudo, ele pode ser evitado.
“A principal forma de se prevenir a infecção pelo HPV é através da vacinação, que está disponível na rede pública de saúde, de graça, para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com administração de duas doses. Precisamos desmistificar esta questão da vacina contra o HPV e proteger nossas crianças, que um dia serão sexualmente ativas. Também podem se vacinar mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam algumas condições especiais, como pacientes oncológicos, imunossuprimidos, vivendo com HIV, entre outros casos”, esclarece.
Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não causa doença, sendo que o próprio organismo consegue combater a infecção. Em alguns casos, porém, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer. E a melhor forma de identificar precocemente a doença é através do exame citopatológico conhecido por Papanicolau, que é o método de rastreamento do câncer de colo do útero, indicado para mulheres de 25 a 64 anos.
“A realização periódica do exame preventivo é fundamental para a detecção precoce, aumentando as taxas de sucesso do tratamento”, destaca Rodrigo Michelli, especialista também do Centro de Oncologia Catanduva.
Janeiro Verde é o mês de conscientização sobre a importância da prevenção e detecção precoce da doença. “O câncer de colo do útero não costuma apresentar sintomas iniciais e, quando aparecem, pode ser um indício de avanço da doença. Além dos exames de rotina, é preciso atenção para alterações como sangramento vaginal sem causa, corrimento alterado, dor abdominal ou pélvica constante, sensação de pressão no abdômen, vontade frequente de urinar e perda rápida de peso”, completam os oncologistas.
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