Após ser prorrogada, a campanha de vacinação contra a poliomielite chega ao fim hoje, dia 30, em todo o Brasil. A cobertura alcançada até o momento no país, segundo dados do Ministério da Saúde, é de 54% das crianças imunizadas até quarta-feira, dia 28.
Cooperada da Unimed Catanduva, a imunologista e alergologista Fernanda Patini Furlan, alerta sobre as consequências dessa doença viral, causada pelo poliovírus, e que pode infectar crianças e adultos.
“Ela é transmitida através de contato direto com fezes ou secreções de vias aéreas de pessoas infectadas. Algumas pessoas podem ter a forma assintomática, porém, o vírus pode atacar o sistema nervoso, destruindo neurônios motores provocando uma paralisia flácida dos membros inferiores. Se afetarem os nervos que controlam a respiração podem ser fatais”, descreve a médica.
A pólio foi dada como erradicada em muitos países, porém o vírus ainda está ativo em países da África e da Ásia. “Devido à baixa cobertura vacinal que vem se mantendo nos últimos anos, o Brasil corre o risco de voltar a ter casos de pólio”, explica Fernanda.
Ela ainda diz que, para manter o vírus erradicado, é preciso que pelo menos 95% das crianças abaixo de cinco anos estejam vacinadas. Essa era a meta da campanha nacional do Ministério da Saúde, porém o resultado foi muito abaixo do esperado. Quanto mais crianças vacinadas, melhor será o bloqueio desse vírus na comunidade.
A vacina deve ser aplicada na forma injetável aos dois, quatro e seis meses de idade com reforço na forma oral aos 15 meses e quatro anos de idade, além da participação de todas as crianças abaixo de cinco anos nas campanhas do Ministério da Saúde.
Recentemente, surgiram dúvidas sobre a eficácia desses medicamentos preventivos, mas a imunologista garante que não há motivos para não vacinar as crianças contra a poliomielite.
“Não há dúvidas de que essa vacina seja eficaz visto que, graças a ela, a pólio foi erradicada por muitos anos. Porém a apresentação em gotas via oral, por conter vírus ativado, não deve ser aplicada em pessoas com problema de imunidade ou em uso de imunossupressores, sendo então que seja feita a dose injetável, que é de vírus inativado. Também não deve ser aplicada a oral em pessoas que apresentaram anafilaxia aos componentes da vacina, ou que desenvolveram a pólio vacinal da dose anterior”, salienta a profissional.
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