O silêncio das ruas. O vazio nas esquinas. O anseio do contato. A vontade do abraço. O medo no olhar. A solidão digital. As ligações por vídeo. Os estabelecimentos fechados. O desespero financeiro. A falta de ar. Enquanto o mundo parava, os colaboradores da Fundação Padre Albino (FPA) seguiram lutando em uma Batalha Silenciosa.

Ontem, 18 de março de 2025, completou-se 5 anos do início dos casos de Covid-19 nos hospitais da Fundação, data que ficará marcada para sempre na memória de quem viveu na linha de frente, de quem atuou no administrativo para que os medicamentos chegassem aos leitos, as refeições fossem servidas, os equipamentos funcionassem e para que hoje essas memórias possam ser recordadas por meios dos registros feitos na época.

Para agradecer a todos que atuaram durante a pandemia e registrar o marco de 5 anos da pandemia na Fundação, foi realizado o evento “Batalha Silenciosa”, no refeitório do Hospital Emílio Carlos, com exibição de vídeo-homenagem com imagens inéditas da época, exposição fotográfica com registros exclusivos da pandemia, homenagem da Diretoria da Fundação e café especial para os colaboradores em todas as unidades de negócio da FPA.

O evento foi uma iniciativa do Comitê de Cultura da Fundação e contou com parceria dos setores para sua realização. A data é o marco do primeiro caso registrado na FPA que já se preparava para receber os pacientes, por meio de treinamentos, mudança nas estruturas físicas e de processos para garantir a saúde dos colaboradores evitando o contágio.

“Estamos aqui hoje comemorando a nossa vitória nessa batalha. Saímos vitoriosos, porém, na época, a insegurança, medo do desconhecido, medo de não voltar no dia seguinte, medo de voltar e não encontrar os colegas de trabalho, medo de chegar em casa e contaminar os nossos familiares, medo de perder algum familiar, enfim, um misto de sentimentos ruins que tomaram conta da gente, mas nunca desistimos, com muita fé, perseverança, resiliência, união de todos os colaboradores”, enalteceu a diretora de Saúde e Assistência Social, Renata Rocha Bugatti.

Ela lembrou que, com respaldo da diretoria, conseguiu-se em tempo recorde montar a estrutura e equipes necessárias. “Conseguimos juntar os nossos soldados para vencermos essa batalha.”

HISTÓRICO

No Brasil, o mês de março de 2020 foi marcado pela quarentena que esvaziou as ruas e estabelecimentos. Em maio de 2020, o Brasil registrava 115 mil casos; em junho do mesmo ano, um milhão. No mês de novembro, aconteceu o recorde mundial de mortes diárias, com 11 mil registros de óbitos pela doença.

Em janeiro de 2021, os profissionais da Fundação Padre Albino receberam a primeira dose da vacina. No mês de março, um ano de Batalha na FPA, os números eram de 5.511 pessoas com alta hospitalar, média de 15 atendimentos por dia e 268 óbitos.

Em abril, na Fundação, a Campanha “Empresas que Salvam” atingiu a meta de arrecadação de R$ 2,5 milhões ativando 15 novos leitos para atender aos contaminados. A participação das empresas de Catanduva e região foi essencial para dar chances aos doentes.

Em agosto de 2021, 50% da população brasileira estava vacinada com ao menos uma dose da vacina. O mês marcou a desativação de leitos, pela redução do número de casos. Em 2022, o Brasil já havia registrado mais casos nos primeiros 35 dias do ano do que no segundo semestre inteiro de 2021. Em um único dia do mês foram registrados 184 mil novos casos e 493 óbitos.

Fevereiro de 2022 foi o mês mais contagioso no Brasil, com 3,3 milhões de casos em 28 dias, chegando a margem de 28,7 milhões de casos e mais de 649 mil óbitos; na FPA 20 novos leitos são reativados para atender a demanda crescente.

Em março de 2022, o Brasil era o terceiro país com mais casos e o segundo em mortes. No mundo já registrava 472 milhões de casos e 6,09 milhões de mortes. Em abril de 2022, o fim da Emergência em Saúde Pública no Brasil foi decretado, marcando novo capítulo na luta contra a Covid-19.

Internações por Covid zeraram após 3 anos

O período na Fundação Padre Albino foi marcado por esperança, fé, isolamento, medo, e solidariedade de empresas e da comunidade que se uniram para colaborar com suprimentos e recursos financeiros. Cada vida perdida foi uma dor irreparável, cada paciente salvo uma vitória da ciência, do cuidado e da dedicação dos profissionais envolvidos.

Durante a pandemia, os gastos mensais com EPIs passaram de R$ 400 mil para R$ 3 milhões. De março de 2020 a março de 2022 na Fundação Padre Albino foram hospitalizadas 3.749 pacientes e 614 pessoas perderam a vida. Em novembro de 2023, após 3 anos de casos ininterruptos, foram zeradas as internações por covid.