Dados do Ministério da Saúde recentemente divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostraram que o número de amputações de pênis no Brasil cresceu 1.604% em 14 anos. Durante o período, foram realizados 7.213 procedimentos, uma média de 515 por ano. O urologista Thiago Tagliari explica que a principal causa da operação é o tratamento de câncer de pênis.
Além do aumento, o Brasil também registrou números alarmantes no último período avaliado, sendo um dos países com maior incidência anual da doença no mundo. Segundo o DataSUS, foram 1.791 casos da neoplasia apenas em 2021.
“Mesmo com os altos índices, ainda se trata de uma doença rara, mas que se mostra mais impactante em suas consequências muito marcantes, principalmente quando diagnosticada em estágios mais avançados, quando o procedimento mutilante pode resultar graves sequelas físicas e psicológicas ou até mesmo potencialmente fatais”, alerta o especialista.
Entre as principais causas, Tagliari ressalta os problemas de saúde pública – como a falta de tratamento adequado para doenças crônicas como HPV, balanopostite de repetição e líquen – além da desinformação de uma parcela da população sobre condutas de higiene, muitas vezes associadas ao baixo nível socioeconômico.
Diante desse cenário, é imprescindível que todo homem sexualmente ativo realize exames de rotina, mas que também procure um urologista ao aparecimento de qualquer tipo de lesão no pênis, sem causa aparente e que não melhore com o passar dos dias.
“Outras recomendações consistem no cessar do tabagismo, do controle de infecções por HPV, de orientações sobre sexo com uso de preservativo e principalmente sobre a correta higiene do órgão sexual. Uma orientação válida para todas as faixas etárias, pois embora haja uma incidência maior a partir dos 50 anos, se trata de uma doença que pode acometer homens em geral”, orienta Tagliari.
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