Secretária de Educação explica índice de alfabetização e reforça que cidade superou SP
Claúdia Cosmo ressaltou que meta de 58% é para o final de 2024 e poderá ser alcançada
Foto: O Regional - Cláudia Cosmo participou ao vivo do V1 Notícias, da Vox FM, nesta segunda-feira
Por Guilherme Gandini | 11 de junho, 2024

A secretária municipal de Educação, Cláudia Cosmo, esteve no V1 Notícias, na Vox FM, para falar sobre o 1º Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, recém divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Ela ressaltou o fato de Catanduva ter atingido patamar superior à média verificada no Estado de São Paulo, apesar de não ter alcançado a média nacional e aproveitou a oportunidade para parabenizar os professores pelos avanços conseguidos.

De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2023, 56% das crianças brasileiras das redes públicas alcançaram o patamar de alfabetização definido para o 2º ano do ensino fundamental. Em São Paulo, o resultado foi de 52%, ao passo que Catanduva chegou a 54,4%. “Nós tivemos uma média 2,4 pontos acima do Estado de São Paulo e 1,6 abaixo da média nacional”, frisou Cláudia.

Ela contestou o fato de reportagem de O Regional, na edição de domingo, ter destacado que o resultado obtido ficou “distante da meta” de 58,62%, já que os índices divulgados se referem ao ano passado e que tal meta precisa ser alcançada somente na próxima avaliação, ou seja, ao final deste ano letivo. “A meta de 58% é para o final de 2024. Então cada município, de acordo com a nota que ele teve nesse equilíbrio entre o seu estado e o país, foram estabelecidas metas.”

Ao abordar a questão, a educadora lembrou que, em 2014, quando foi homologado o Plano Nacional de Educação, uma das metas era que todas as crianças, ao final do 3º ano do ensino fundamental, estivessem alfabetizadas. Em 2017, porém, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu que a alfabetização na idade certa seria preferencialmente ao final do 2º ano e o prazo para que isso fosse colocado em prática coincidiu com o início da pandemia do coronavírus.

Após a pandemia, segundo Cláudia, as avaliações referentes à alfabetização passaram a ser aplicadas com as turmas do 2º ano, já que até então provas como o Saresp e Saeb eram feitas apenas com os finais de ciclo – ou seja, o 5º ano, o 9º ano e o 3º ano do ensino médio. “Aí começam a aparecer esses dados, que se tornam dados extremamente preocupantes, porque essas crianças tiveram grandes prejuízos no contexto da suspensão das aulas presenciais.”

MÉTRICAS CONFUSAS

Outro ponto abordado pela secretária de Educação é que cada avaliação leva em conta um método específico. Ela lembrou, por exemplo, que Catanduva foi premiada pelo Governo de São Paulo, em fevereiro, pelo avanço conseguido nas provas de fluência leitora. “Como que recebe um prêmio em março e, em maio, tem uma nota ruim? É porque são métricas diferentes.”

Cláudia Cosmo citou, ainda, que esse tipo de resultado tem como foco a questão quantitativa, o que difere do que se tem como política de inclusão. “Os autores acadêmicos do processo de alfabetização falam de respeitar o ritmo de aprendizagem, já que algumas crianças podem ainda não estar nesse mesmo ritmo de aquisição da competência leitora e de escrita”, ponderou.

O QUE ESTÁ SENDO FEITO

Cláudia Cosmo afirmou que, ao longo desses quase 4 anos de administração, foram investidos em três pilares básicos: capacitação docente de forma continuada, material didático de qualidade e a melhoria estrutural das escolas, favorecendo a acessibilidade.

Quanto à formação continuada, ela fez criticou os cursos de formação à distância e lembrou que Catanduva tem grande número de professores alfabetizadores que estão se aposentando.

“Nós estamos perdendo essas referências, dessas professoras alfabetizadoras que deixaram seu legado, e temos nova geração entrando que domina muito a tecnologia, porém tem defasagens de formação, porque grande número veio das políticas de formação docente em EaD.”

Para contornar isso, ela afirmou que a Secretaria de Educação aderiu aos programas federais e estaduais de capacitação docente voltados para esses segmentos diretamente envolvidos com o processo de alfabetização, do final da educação infantil ao início do ensino fundamental.

Ela ainda ressaltou os investimentos em materiais e projetos de leitura. “A geração que nós temos na escola são nativos digitais. Eles têm interesse muito grande pela tela e bem menor pelos livros escritos. Precisamos resgatar esse gosto pelas práticas de leitura e de escrita.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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