Celebrado no dia 1º de outubro, o Dia Nacional do Idoso tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a questão do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da pessoa idosa. Dentre as problemáticas que envolvem essa parcela da população, e que muitas vezes é negligenciada, está a saúde mental.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos representam hoje 14,7% da população brasileira, o que corresponde a 31,2 milhões de pessoas. Por esse motivo, os cuidados com o corpo e a mente têm sido alvo de debates frequentes na saúde pública, por exemplo. Isto porque, contribuem para a longevidade e um envelhecimento mais ativo, saudável e autônomo.
Para a psicóloga especialista em Psicologia da Saúde, Joyce Bonfante S. Della Togna, que atua há 12 anos em Catanduva, o processo que envolve o ato de envelhecer não é simples, pois eles vivenciam um declínio físico com aparecimento de patologias e problemas cognitivos. “Muitas mudanças acontecem nesta fase e por mais que seja um processo natural, para algumas pessoas se torna uma fase mais delicada e difícil, mas também de experiência e sabedoria”, explica.
Fatores como o aparecimento de limitações físicas, modificações em âmbitos pessoais, profissionais e sociais, perdas, incluindo a viuvez, solidão, afastamento familiar e a dificuldade de adaptação a esta nova etapa geram ansiedade, medos, angústias, tristezas, podendo ocasionar, até mesmo, a depressão. Esse transtorno mental, aliás, é o mais frequente na terceira idade, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do ano de 2019.
Na maioria das vezes, o idoso tem dificuldade em solicitar ajuda devido ao sentimento de vergonha. “Familiares e amigos podem ajudar neste processo através de uma comunicação e escuta constante, para que possam expressar sentimentos, suas necessidades e vontades, além do cuidado dos profissionais de saúde, tais como médicos especialistas como os geriatras, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e toda equipe multidisciplinar”, conta Joyce.
Ela ainda destaca o fato de que a geração atualmente idosa foi educada de maneira mais dura, sem muito espaço para diálogos sobre sentimentos e emoções. Por esse motivo, durante muito tempo a saúde mental foi negligenciada. Porém, a profissional vê que hoje há maior conscientização a respeito das necessidades dos cuidados. “Devemos levar informações aos idosos com empatia, compreensão e atenção, afinal, são paradigmas que precisam ser quebrados”, aponta a especialista.
Além da ajuda psicológica, o cultivo de bons hábitos é essencial para que pessoas idosas tenham uma vida e uma mente mais saudáveis. São exemplos a alimentação saudável, atividades físicas regulares, sono de qualidade, uma boa interação social, se envolver em grupo como danças, jogos de cartas, estabelecer metas, programar viagens, ouvir músicas e ter hábitos saudáveis.
“Algumas dicas para preservar a sua saúde mental, independente da idade, é vivenciar o presente; [lembrar que] a opinião alheia não define quem você é; seja responsável pela sua felicidade; se não tem todas as respostas, busque o caminho a seguir; e se precisar de ajuda, busque-a. A psicoterapia pode ajudar”, pontua Joyce.
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