Projeto que proíbe pulverização aérea causa embate em Tabapuã; prefeito vetou proposta
Proposta feita após reivindicação de agricultores ampliou debate entre poder público, usineiros e fornecedores de cana
Foto: RCIA ARARAQUARA - Associadas da Feplana defenderam pulverização aérea em sessão com vereadores de Tabapuã
Por Guilherme Gandini | 23 de maio, 2022
O prefeito de Tabapuã, Sílvio Sartorello (PTB), vetou projeto de lei aprovado pela Câmara que proíbe a pulverização aérea de defensivos agrícolas. O autor da proposta é o vereador Pedro Girotto (União Brasil). A decisão pelo veto foi tomada de forma conjunta, com aval do próprio parlamentar, após reunião com representantes das usinas da região.
De acordo com o secretário de Governo, Leonardo Bologna, o objetivo foi ampliar o diálogo. “O prefeito foi procurado pelas usinas, produtores e também pelo vereador. Decidiu-se pelo veto para abrir diálogo entre todos os envolvidos para que seja feito um projeto que não prejudique ninguém, nenhuma parte. O veto foi a favor da democracia, para escutar a todos.”
A decisão do gestor foi tomada após apresentações técnicas feitas pela Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Catanduva (AFCRC) e pela Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara (Canasol). O argumento dos usineiros é que a proibição causaria impactos produtivos e socioeconômicos para a agricultura no município e para toda a microrregião.
Além do encontro com o prefeito, representantes da Feplana - Federação dos Plantadores de Cana do Brasil estiveram na Câmara, na segunda-feira, 16. Na tribuna, Guilherme Lui de Paula Bueno, que é agrônomo, técnico florestal e em pecuária, fez a defesa do veto. Ele também é assessor na defesa da Canasol - Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara.
Nadia Gomieri, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Catanduva e membro da Feplana, articulou com os vereadores antes da sessão, onde explanou os benefícios da pulverização aérea e possíveis impactos com a sua proibição.
O setor industrial sucroenérgético também se envolveu na defesa da pulverização por acreditar que ela promove melhorias para a produção e garante a balança comercial da região.
Ao Jornal O Regional, o autor do projeto, Pedro Girotto, disse que tomou a iniciativa para defender pequenos agricultores. “Recebi reclamações de produtores e agricultores familiares, que apontam os herbicidas como grande problema. Na minha visão, a aplicação desses produtos sofre interferências externas, como o vento e temperatura, por exemplo”, relata.
Ele concordou com o veto, para que o projeto seja aprimorado, de forma a conciliar interesses. “As usinas alegam que hoje elas utilizam métodos mais eficientes e eficazes, mas ainda há relatos de problemas em hortas, pastagens, plantações de limão e outras culturas”, afirma.
A expectativa do parlamentar é que a nova proposta contemple a realização de mapeamento de áreas em que a cana-de-açúcar está próxima de outras culturas e que, eventualmente, nesses pontos, a pulverização seja feita com drone ou por métodos terrestres, a fim de evitar danos nas plantações lindeiras. Girotto se diz otimista com o desfecho da história.
“As usinas mantém o município e são essenciais para o desenvolvimento da nossa região. Hoje, diria que esta é apenas uma pequena falha, mas que pode ser corrigida. Espero que o novo projeto possa reduzir o impacto nas plantações e atenda as necessidades de ambas as partes, assim como o meio ambiente”, completa. O veto será votado em plenário no dia 6 de junho.
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