Responsável por aproximadamente 10 mil casos no Brasil ao ano, o câncer de bexiga geralmente ocorre devido ao tabagismo ou à exposição constante a produtos químicos como corantes, pesticidas ou arsênico. Entre os diversos sintomas, estão as mudanças nos hábitos urinários, como maior e menos frequência da vontade de fazer xixi; traços irritativos, como sensação de dor ou queimação; e a presença de sangue na urina.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) a doença é mais comum em homens, o que reforça a necessidade de informar essa parcela da população sobre as formas de prevenção e a quais sintomas se manter atento. O urologista Thiago Tagliari explica se tratar de uma condição mais relacionada à exposição ambiental do que ao histórico familiar, com o cigarro sendo responsável por quase 50% dos diagnósticos.
“Dessa forma, o câncer de bexiga quase sempre pode ser evitado a partir da cessação do mau hábito do tabagismo e da exposição ocupacional a substâncias tóxicas sabidamente causadoras da neoplasia, que geralmente estão presentes em fábricas de tintas, metais pesados ou produtos derivados do petróleo”, diz Tagliari.
O médico ainda informa que para além dos sintomas que afetam os hábitos urinários, a presença de sangue na urina (hematúria) é o sinal mais importante para o diagnóstico da doença, na maioria dos casos sendo o primeiro e as vezes único ponto de alerta.
“Lembrando que o sangue na urina, independentemente da quantidade, não significa necessariamente câncer, pois a hematúria pode ser causada por infecções, tumores benignos, cálculos renais ou alterações nas funções do rim. Logo, ao aparecimento de quaisquer sintomas, deve-se procurar atendimento médico a fim de entender a causa do problema”, orienta.
Na suspeita de câncer de bexiga, será realizado o procedimento denominado ressecção transuretral de bexiga, que consiste na passagem de uma câmera pelo canal, por via endoscópica e que tem por objetivo a identificação visual do tumor e a sua biopsia.
“Na constatação da neoplasia será indicado o tratamento adequado, que pode consistir em quimioterapia, radioterapia ou retirada completa da bexiga.”
O urologista finaliza destacando a importância do diagnóstico precoce. “Alguns casos podem necessitar que o procedimento seja refeito ou demandam apenas observação e acompanhamento, mas é importante destacar que se trata de uma doença com razoável chance de cura, principalmente quando diagnosticada e tratada de forma precoce.”
Autor