O consumo de cigarro eletrônico entre os jovens tem aumentado nos últimos anos. Dados da Covitel apontam que um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil. O índice é de 10,1% entre os homens, contra 4,8% das mulheres.
A pesquisa também traz a taxa de experimentação de narguilé entre os brasileiros: 9,8% dos homens dizem terem consumido, contra 5% das mulheres. A faixa dos 18 aos 24 anos também é a que mais usa — 17% da população dessa faixa etária.
Em entrevista ao Jornal O Regional, o pneumologista Marcelo Macchione explica os tipos de cigarros eletrônicos e suas substâncias. “Cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape, juul, e-cigarette, são dispositivos criados com o objetivo de simular a sensação de fumar um cigarro comum. O cigarro eletrônico, ou mesmo e-cigarro, não possui algumas das substâncias tóxicas do cigarro comum como o alcatrão e o monóxido de carbono, mas libera outros tipos de substâncias também tóxicas à saúde. Estes dispositivos também causam dependência idêntica ao cigarro convencional.”
Marcelo alerta que o cigarro eletrônico não ajuda a parar de fumar. “Os cigarros eletrônicos não devem ser utilizados para isso devido às impurezas e às altas concentrações presentes de formaldeído, substância altamente cancerígena. Como eles também contém nicotina, na verdade o fumante está trocando um vício pelo outro. Até o momento não há estudos científicos que comprovem que o cigarro eletrônico possa auxiliar na cessação do tabagismo ou que não possa trazer malefícios à saúde.”
O pneumologista pontua que existem diversos tipos de cigarros eletrônicos. “No mercado existem diversos tipos de vaporizadores. Escolher o vaporizador ideal para você vai depender de uma série de fatores, como seu objetivo com o vape e suas necessidades — e claro, sem esquecer a questão financeira.”
Macchione destaca os danos que os cigarros eletrônicos causam ao organismo. “A nicotina é diluída em uma substância, habitualmente o propilenoglicol. Essa mistura costuma ser comprada em refis e armazenada em um cartucho presente no dispositivo. Esse reservatório está ligado a um vaporizador que transforma o líquido em fumaça. Na extremidade que corresponde ao filtro, o usuário pode tragar essa fumaça. No polo oposto, acende-se uma luz do tipo LED sempre que o vaporizador é ativado.”
Assim como o cigarro eletrônico, o narguilé também caiu no gosto das pessoas. O pneumologista afirma que o narguilé faz tão mal quanto o cigarro comum. “Como qualquer produto do tabaco que é fumado, o narguilé vai produzir na sua combustão todas as 4.700 substâncias tóxicas já conhecidas do cigarro e que, sabemos, causam doenças crônicas e cânceres. Muitos utilizam a desculpa de que, em produtos assim, como também é o caso do charuto e do cachimbo, a fumaça não é tragada, pois a ideia é apenas sentir o sabor do produto. Diferente do cigarro eletrônico, o narguilé tem como base o tabaco e também vem de uma fonte de combustão. Isso significa que, além da nicotina, ele tem monóxido de carbono e alcatrão, assim como o cigarro tradicional. Dependendo do tempo de sessão, o narguilé pode equivaler a fumar mais de 100 cigarros.”
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