Este mês, a campanha Dezembro Vermelho, que é realizada anualmente, buscou mais uma vez prevenir e combater a infecção por HIV/Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. As ações de conscientização foram feitas por várias instituições para que a população possa se informar sobre a doença e para que o preconceito seja combatido.
Geralmente as ações são feitas no sentido de informar sobre a prevenção, diagnóstico, sinais, sintomas e tratamento, mas pouco é dito sobre outras doenças crônicas que podem surgir no portador de HIV. Dessa forma, há outro fator importante a ser discutido: a questão do portador do HIV desenvolver câncer.
Segundo a enfermeira, doutora e pesquisadora em Ciências pela USP, Paola Alexandria Magalhães, pessoas soropositivas possuem chances maiores de serem diagnosticadas com câncer e também de falecerem por conta da doença, visto que cerca de 50% delas poderão ter câncer ao longo de suas vidas, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer.
“Essa agressividade existe devido ao enfraquecimento do sistema imunológico causado pelo HIV, por isso pessoas portadoras desse vírus podem estar mais vulneráveis tanto a desenvolver infecções como também a desenvolver o câncer, e isso se dá devido a imunossupressão pode”, explica.
A pesquisadora afirma que os cânceres mais incidentes em pacientes portadores de HIV são o de colo de útero, canal anal, pescoço, pulmão, fígado e de testículo.
“É importante salientar que o diagnóstico precoce de HIV e o início da terapia antirretroviral pode reduzir significativamente a incidência do câncer nesta população (cerca de 64% segundo pesquisas). Nestes pacientes o seguimento clínico deve ser multidisciplinar e deve ser mantido no pré, durante e no pós-tratamento do câncer”, pontua.
Ainda assim, apesar de ser uma questão com gravidade significativa, Paola Magalhães diz que o câncer no portador de HIV tem possibilidade de cura e que o diagnóstico precoce é fundamental.
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