Médica fala sobre os perigos da obesidade e da apneia do sono
Ana Valéria Garcia Ramirez lembra que presença da apneia em indivíduos obesos aumenta o risco de doenças crônicas
Foto: Divulgação - Ana Valéria Garcia Ramirez diz que perda de peso é uma das intervenções mais eficazes
Por Da Reportagem Local | 22 de agosto, 2024

A obesidade é uma condição médica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está associada a uma série de complicações de saúde. Entre elas, uma das mais preocupantes é a apneia obstrutiva do sono (AOS), distúrbio que pode ter consequências graves para a qualidade de vida e a longevidade dos indivíduos.

A apneia do sono é caracterizada por interrupções repetidas na respiração durante o sono, que podem durar de alguns segundos a minutos.

“Essas pausas são geralmente causadas pelo colapso das vias aéreas superiores, que impede a passagem do ar. Pessoas obesas têm maior probabilidade de desenvolver AOS devido ao excesso de tecido adiposo ao redor do pescoço, que pode obstruir as vias respiratórias. Além disso, a obesidade contribui para a inflamação sistêmica e o aumento da resistência das vias aéreas, exacerbando ainda mais o problema. A relação entre obesidade e apneia do sono é bidirecional. A AOS não tratada pode levar ao ganho de peso adicional, pois afeta negativamente a regulação dos hormônios da fome e da saciedade, como a leptina e a grelina. A privação de sono também pode aumentar o apetite e a preferência por alimentos ricos em calorias, criando um ciclo vicioso”, afirma a médica, Ana Valéria Garcia Ramirez. 

A presença de apneia do sono em indivíduos obesos aumenta o risco de várias doenças crônicas, como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. A fragmentação do sono e a hipóxia intermitente, comuns em AOS, podem levar à disfunção endotelial e ao aumento do estresse oxidativo, fatores que contribuem para a aterosclerose e outras complicações cardiovasculares.

Doutora Ana fala que o diagnóstico da apneia do sono geralmente é feito por meio de uma polissonografia, um exame que monitora várias funções corporais durante o sono, como a atividade cerebral, os níveis de oxigênio no sangue e os movimentos respiratórios. Uma vez diagnosticada, o tratamento da AOS pode incluir mudanças no estilo de vida, uso de dispositivos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) e, em alguns casos, cirurgia.

A perda de peso é uma das intervenções mais eficazes para melhorar os sintomas da apneia do sono em pacientes obesos. Estudos mostram que uma redução de 10% no peso corporal pode levar a uma melhoria significativa na gravidade da AOS. 

“Além disso, a adoção de uma dieta balanceada, rica em nutrientes e pobre em calorias vazias, e a prática regular de atividade física são fundamentais para o controle do peso e a saúde geral. A prevenção e o tratamento da obesidade são, portanto, cruciais para reduzir a prevalência da apneia do sono e suas complicações associadas. Profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto para fornecer uma abordagem multidisciplinar, que inclua orientação nutricional, apoio psicológico e estratégias médicas para ajudar os pacientes a atingir e manter um peso saudável”, afirma Ana, que é médica, nutróloga e professora.

A obesidade e a apneia do sono formam combinação perigosa que pode afetar seriamente a qualidade de vida e a saúde a longo prazo. A conscientização sobre essa relação e a promoção de hábitos de vida saudáveis são essenciais para quebrar esse ciclo e melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas afetadas.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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