Lúpus: reumatologista fala sobre sintomas, tratamento e cuidados especiais
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que há cerca de 65 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Reumatologista Maria Isabel Fernandes Lopes dá dicas sobre cuidados especiais para pessoas com lúpus
Por Myllayne Lima | 11 de maio, 2022
 

O Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus foi celebrado na terça-feira, dia 10, com intuito de conscientizar a população sobre os aspectos da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que há cerca de 65 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. 

“O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória, crônica, na qual ocorre uma desregulação do sistema imunológico, que é o responsável pela produção de anticorpos e organização do processo de inflamação, com isso manifestações variadas e nos diferentes órgãos do corpo podem ocorrer”, explica a reumatologista Maria Isabel Fernandes Lopes.  

A especialista pontua que o Lúpus atinge predominantemente mulheres jovens. “O Lúpus é uma doença que atinge predominantemente mulheres jovens (15 a 45 anos), o que sugere que os hormônios sexuais tenham influência no seu desenvolvimento. Porém é válido ressaltar que pode ocorrer em pessoas de qualquer idade e sexo.” 

A reumatologista fala sobre o que pode desencadear a doença. “O Lúpus não possui uma causa conhecida, porém os estudos demonstram que a interação entre fatores genéticos, hormonais (como dito anteriormente) e ambientais (exposição solar, tabagismo e infecções virais, por exemplo) podem contribuir para o seu desenvolvimento.” 

Os sintomas do Lúpus são variados. “O Lúpus pode apresentar-se com os mais variados sintomas, que também variam de intensidade de acordo com cada paciente e fase de doença. Suas manifestações incluem desde sintomas constitucionais como febre, fadiga, mal-estar, perda de apetite, até manifestações específicas de cada órgão acometido, como lesões de pele, dor nas juntas, anemia, plaquetas baixas, problemas nos rins, nas membranas que recobrem os pulmões (pleura) e o coração (pericárdio), nervos, cérebro, entre outros”, destaca Maria Isabel Fernandes Lopes. 

A médica frisa que o diagnóstico é feito mediante avaliação médica. “O diagnóstico é feito com base na avaliação médica, reconhecendo assim sinais e/ou sintomas como os descritos acima, somado com alterações de exames laboratoriais de sangue e urina. Dentre os exames laboratoriais, destaca-se a presença do exame de FAN (fator antinuclear) principalmente quando em altos títulos em indivíduos com sinais e/ou sintomas característicos de Lúpus, sugerindo fortemente o diagnóstico.” 

A medicação varia de acordo com a gravidade da doença. “O tratamento deve ser feito de forma individualizada, dependo da manifestação e gravidade apresentada por cada paciente. Os medicamentos utilizados, de uma maneira geral, são aqueles envolvidos na regulação do sistema imune, como por exemplo os antimaláricos (cloroquina), corticoides e imunossupressores. Importância deve ser dada à aplicação do filtro solar, a qual deve ser feita diariamente e ao uso da cloroquina (ou hidroxicloroquina) em todos os casos de lúpus, mesmo que a doença esteja sob controle, pois auxilia a mantê-la desta forma.” 

Lúpus não causa infertilidade. “O lúpus em geral, não causa infertilidade, porém a gravidez deve ser planejada em conjunto com seu médico. Algumas medicações utilizadas podem comprometer a concepção, por isso o ideal é planejar a gestação com a doença em remissão há pelo menos 6 meses, já que alguns medicamentos devem ser suspensos. Além disso, existem algumas condições associadas que podem levar à abortamentos e problemas no recém-nascido, ressaltando novamente a importância do planejamento na gestação.” 

A reumatologista finaliza dando dicas sobre cuidados especiais para pessoas com Lúpus. “Além do uso correto dos medicamentos, as pessoas com lúpus devem evitar exposição solar, como já dito, pois esta está relacionada à ativação da doença, devendo fazer uso diário de filtro solar e reaplicá-lo durante o dia. O uso de anticoncepcionais com estrogênio deve ser evitado, assim como tabagismo e situações que provoquem stress, pois estão relacionadas à piora dos sintomas. Consulte seu médico em busca de um método contraceptivo alternativo. Medidas de higiene merecem atenção, devido ao risco potencial de infecções. Alimentação saudável deve ser implementada e prática de atividade física regular incentivada.” 

 

Autor

Myllayne Lima
Repórter de O Regional.

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