O número de casos de hepatite A registrados no Brasil aumentou 56,2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Este dado, por si só, justifica a importância do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais, celebrado nesta sexta, 28 de julho.
Criada em 2010 pela Organização Mundial da Saúde, a data busca conscientizar sobre os tipos de hepatites virais e a importância de ações de controle da doença, que causa a morte de 1,4 milhões de pessoas no mundo, seja em decorrência de infecções agudas, cirrose ou câncer.
As hepatites virais são causadas por infecções muitas vezes assintomáticas, que afetam o fígado. Edson Cartapatti, médico hepatologista do Austa Hospital, explica que a hepatite A é transmitida por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, por alimentos ou água contaminada. A transmissão sexual pode ocorrer com a prática sexual oral-anal.
“Devemos ficar atentos a este crescimento da hepatite A e as pessoas buscarem se prevenir, cientes das formas de transmissão”, afirma o hepatologista. Apesar do aumento expressivo do tipo A, são as hepatites B e C as mais comuns no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
Saber mais sobre as hepatites é fundamental, segundo Cartapatti, para conhecer os sintomas e procurar pelo médico. Os mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
A hepatite B pode ser transmitida pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado ou por via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível. Já a hepatite C tem transmissão principalmente por via sanguínea.
Como prevenção à hepatite tipo A, há a vacina pelo SUS, além de beber água tratada e consumir alimentos cozidos. A hepatite B também possui vacina e, no caso da C, somente a prevenção. “Esta doença, sobretudo os tipos B e C, se manifesta de diferentes modos e, se não tratada no momento certo, pode evoluir para a forma crônica, com graves consequências”, alerta.
Equipe do IST/Aids fez mais de 260 testagens
A equipe do Programa Municipal IST/Aids desenvolveu ações durante todo o mês, chamado de Julho Amarelo, em referência à conscientização sobre as hepatites virais. Além das abordagens em frente ao próprio núcleo, na rua Amazonas, foram feitas atividades em diversas instituições, entre eles os Cras Juca Pedro, Bom Pastor, Nosso Teto e Imperial, Mercado Municipal, Shopping Popular e Correios. Conforme levantamento parcial, foram feitas 262 testagens para hepatite.
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