Ginecologista esclarece principais dúvidas sobre o câncer de colo do útero
Guilherme Accorsi explicou a diferença entre ter o vírus do HPV e desenvolver o tumor, além de como fazer o diagnóstico e tratamento
Crédito: Divulgação - Guilherme Accorsi: ‘hoje nós temos muitos tratamentos eficazes’
Por Da Reportagem Local | 28 de janeiro, 2024

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, entre 2023 e 2025, vão surgir 17 mil novos casos de câncer de colo do útero no Brasil. A doença é a principal causa de morte entre mulheres na América Latina e no Caribe, segundo as organizações Pan-Americana de Saúde (Opas) e Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, a campanha Janeiro Verde visa promover ações de conscientização sobre este tipo de câncer, a fim de incentivar o acesso da população a exames preventivos e reforçar a importância da vacinação contra o papilomavírus humano, o chamado HPV, que é responsável pela maioria dos casos.

Em entrevista ao jornal O Regional, o ginecologista Guilherme Accorsi, cooperado da Unimed Catanduva, explicou a diferença entre ter o vírus do HPV e desenvolver o tumor, além de como fazer o diagnóstico e tratamentos disponíveis, assim como outras dúvidas comuns acerca do tema.

O Regional: Quais são os fatores de risco para o câncer do colo do útero?

Guilherme Accorsi: O câncer de colo do útero é causado pelo vírus do HPV, é a doença sexualmente transmissível mais comum na nossa população. 80% da população brasileira já entrou ou entrará em contato com o vírus do HPV em algum momento da vida. Entretanto, não é somente a simples infecção pelo HPV, mas sim aquela infecção persistente. Porque a maioria das mulheres que entram em contato com o vírus do HPV são eficazes em eliminar o vírus. Então 90% das mulheres irão sozinhas eliminar o vírus e apenas 10% apresentarão a infecção persistente. Essa infecção se transformará em uma lesão de alto grau, que é pré-maligna, e depois irá evoluir para o câncer de colo do útero.

O Regional: Como a vacina contra o HPV funciona?

Como o vírus do HPV, em 99% dos casos é o causador do câncer de colo do útero, a vacina do HPV previne a infecção pelo vírus do HPV, evitando assim o causador do câncer.

O Regional: Quais são os estágios do câncer do colo do útero?

O câncer de colo do útero, como a maioria dos cânceres, é classificado em quatro estágios. O estágio 1 é quando ele está localizado no útero. O estágio 2 é quando ele espalha, dá metástases para locais perto do útero. O estágio 3 é quando dá metástases regionais. E o estágio 4 é quando dá metástases à distância.

O Regional: Quais são as opções de tratamento para o câncer de colo do útero?

Como todos os cânceres, os principais tratamentos são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia, e muitas vezes uma combinação desses tratamentos. Geralmente quando o tumor está menor, em estágios mais iniciais, a cirurgia na imensa maioria das vezes é o tratamento de escolha. E quando o tumor está em tamanhos maiores ou apresenta metástase, muitas vezes a radioterapia e quimioterapia são os tratamentos necessários.

O Regional: Como é o diagnóstico do câncer de colo do útero?

O diagnóstico precoce do câncer do colo de útero é feito principalmente pelo rastreamento, com o papanicolau. Todo ano as mulheres devem fazer o papanicolau para a detecção da infecção ou das lesões pré-malignas do câncer de colo do útero e do câncer em estágios iniciais, quando ele ainda não dá sintomas. Por isso é tão importante o rastreamento com o papanicolau.

O Regional: Tendo HPV é possível desenvolver câncer de colo do útero?

Depende do vírus do HPV. Nós temos a infecção pelo vírus do HPV que causa as verrugas genitais na vulva, na vagina, que é diferente do HPV que pode causar o câncer de colo do útero. Porém, se durante o papanicolau nós evidenciamos a infecção do vírus do HPV, essa paciente pode apresentar um aumento do risco do câncer.

O Regional: Quais são as chances de cura?

Hoje nós temos muitos tratamentos e tratamentos eficazes. Depende do estágio do câncer de colo do útero para definir quais as chances de cura. Quanto menor, quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Por isso é tão importante classificar o tumor em estágios, para definirmos a chance de cura e o melhor tratamento. Então é muito importante, mas na maioria das vezes, são maiores as chances de cura do que não ser curada com os tratamentos.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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