‘Escolhi e escolheria a minha profissão novamente por mais dez vidas’
Patrícia Corrêa se interessou pela odontologia ainda pequena e, nesta data comemorativa, declara todo seu amor à profissão
Foto: Arquivo Pessoal - Patrícia afirma que ver a reabilitação dos sorrisos é uma grande satisfação
Por Guilherme Gandini | 25 de outubro, 2023

Hoje é o Dia Nacional do Dentista, que faz referência a 25 de outubro de 1884, data em que foram criados os primeiros cursos de odontologia no Brasil, por decreto do imperador D. Pedro II. Eles estavam nos estados da Bahia e Rio de Janeiro e faziam parte da Faculdade de Medicina. Portaria do Conselho Federal de Odontologia (CFO) tornou a data oficial para a comemoração.

De forma simultânea, é celebrado o Dia Nacional da Saúde Bucal, compondo o momento ideal para homenagear os dentistas e alertar sobre a importância dos cuidados com a saúde bucal a fim de evitar doenças que podem não só afetar a boca e os dentes, como outras partes do corpo. O intuito é conscientizar que a saúde bucal é parte inseparável da saúde geral das pessoas.

A odontopediatra Patrícia Corrêa, 43, leva ao pé da letra essa união entre saúde bucal e a vida como um todo. A profissional diz que ela e a profissão se confundem em uma única identidade. Formada há 14 anos, a Tia Patty, como é chamada pelos pacientes, diz ser apaixonada pela vida e sonhadora – até ao atender a criançada, aposta no lúdico e nos sonhos infantis para entreter.

Mestre e doutoranda em odontopediatria e especialista em ortodontia e sedação, Patrícia tem um dinossauro como mascote de sua clínica e, recentemente, aproveitou o Dia das Crianças e levou seus pacientes para uma sessão de cinema no shopping. Ela nasceu em Catanduva e se formou no Imes e, na entrevista a seguir, declara todo o seu amor pela profissão.

O Regional: Quando e como surgiu seu interesse pela odontologia?

Patrícia Corrêa: A odontologia surgiu na minha vida desde muito cedo, desde muito pequena eu já sabia que eu gostaria de ser dentista e isso veio com o tempo e eu levei isso pra minha adolescência e pra minha vida adulta. Por gostar muito da odontologia desde cedo, cresci e a minha adolescência sempre foi em busca da odontologia e um dos meus primeiros empregos foi como auxiliar de dentista, com profissionais da nossa cidade muito respeitados, por sinal. E também trabalhei em áreas da odontologia, que foi um convênio odontológico na cidade, que me despertou ainda mais a vontade de ser dentista e atender, atuar como auxiliar de saúde bucal, como auxiliar de dentista, isso despertou ainda mais a minha paixão pela odontologia.

O Regional: Por que a odontopediatria?

A odontopediatria entrou na minha vida com sete anos de formação. Eu tenho 14 anos de formada e não fui eu quem escolhi a odontopediatria, foi a odontopediatria que me escolheu. Então, eu abracei o processo da odontopediatria por ter a facilidade com as crianças. Eu fazia muitos atendimentos dos adultos, porém a facilidade com as crianças era muito grande. E aí quanto mais eu me dedicava à odontologia, só que para os pacientes adultos, mais a odontopediatria me buscava. Eu fiquei em cima do muro por quase dois anos, sem saber se eu partia pro lado da odontopediatria apenas, para as especializações e por todo um processo, ou se eu manteria o lado da odontologia para os adultos. Fui me rendendo à odontopediatria pelo lado lúdico, pelo amor às crianças, por todo um trabalho lúdico com as crianças, eu me rendi à odontopediatria. Foi algo muito gratificante tomar essa decisão porque era algo tudo muito novo para mim e me fortalecia no sentido pessoal, porque foi uma realização. A odontopediatria na minha vida foi uma realização.

O Regional: Qual sua formação nessa área?

Após essa decisão sobre a odontopediatria, um braço da odontologia, eu iniciei as minhas especializações nessa área. Eu parti primeiramente para a ortodontia, a ortopedia. Sou especialista em ortodontia, e após isso finalizei o meu mestrado em odontopediatria e hoje estou no meio do processo, no meio da minha formação no doutorado em odontopediatria. Sou habilitada em sedação, voltada para a odontopediatria, tanto a sedação com óxido nitroso quanto a sedação medicamentosa, totalmente voltada para a odontopediatria.

O Regional: Quais os desafios da sua profissão?

Todas as profissões têm seus desafios, né? Assim como na odontopediatria, a mesma situação. O grande desafio na minha profissão é conseguir levar a ciência junto com o lado lúdico, e que eu, graças a Deus, eu consigo levar de uma forma leve, por gostar muito do que eu faço, e estar sempre atualizada na minha profissão. Então, eu não vejo a minha profissão como um desafio.

O Regional: E o que mais lhe dá satisfação?

A minha grande satisfação na minha profissão é ver a reabilitação dos sorrisos, é ver uma criança perdendo seu medo, é dar um abraço numa criança e saber que eu pude contribuir para que ela tenha a sua primeira história de ir ao dentista com respeito, com calma, com tranquilidade e que eu possa levar uma odontopediatria leve para as crianças. Então isso é muito satisfatório, é muito gostoso ver que eu posso mudar a história da odontologia na odontopediatria.

O Regional: Como você analisa o mercado da odontologia?

Eu faço a odontopediatria com tanto amor que não consigo enxergar a profissão como negócio. Eu consigo enxergar como uma satisfação, um prazer. Então colocar como eu vejo no sentido de mercado de trabalho é difícil. Não consigo mensurar isso, pois sou muito coração nesse sentido.

O Regional: Houve uma revolução tecnológica recente na odontologia? O que mudou?

A tecnologia teve uma evolução muito grande, inclusive na odontopediatria. Os materiais de 7, 10 anos atrás tiveram uma evolução muito grande, então isso veio para nos ajudar, veio para nos trazer mais tranquilidade nos atendimentos. É muito importante essa atualização, essa tecnologia. Hoje a gente tem aqui no consultório os melhores equipamentos, as melhores tecnologias e os últimos materiais para os atendimentos. Então, além da facilidade nos atendimentos das crianças, hoje a gente tem uma evidência científica muito grande em cima de tudo isso. O principal objetivo de acompanhar essa tecnologia é, além da praticidade, ter o envolvimento da ciência em nosso dia a dia na odontopediatria.

O Regional: Apesar da modernidade, a relação entre dentista e paciente mudou?

Eu vejo que sim. Hoje dá pra gente ter o dentista e o paciente mais próximo, por conta da tecnologia, informação, rede social. Acho que deixou de ser “aquele era meu dentista”, aquela coisa difícil de ter perto. Hoje eu vejo, recebo crianças no consultório, que muitas vezes as mães relatam pra mim assim, “nossa falou de você o mês inteiro, perguntou o mês inteiro, quando que eu volto pra ver a tia Patty?”, então isso é gratificante demais. Vejo essa mudança muito positiva.

O Regional: Tem um conselho para o jovem que pretende seguir essa carreira?

Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem seguir a odontologia e também mais a fundo, a odontopediatria, faça o que você gosta, procure fazer com amor, escolha uma área de atuação que seja prazerosa para você, que seja para colher bons frutos, mas também pela dedicação. Faça com amor, que vale muito à pena. Eu sou suspeita pra falar, porque eu escolhi e escolheria a minha profissão novamente por mais dez vidas.

O Regional: O que a profissão representa na sua vida?

A odontologia e a odontopediatria, elas são a minha vida. Eu vivo, eu respiro, eu vivo todos os dias intensamente a minha profissão. Eu brinco que eu até perdi a identidade pessoal, porque eu sou a minha profissão 100%.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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