Celebrado anualmente no segundo domingo do mês de agosto, o Dia dos Pais é uma oportunidade para reconhecer e valorizar o papel das figuras paternas na formação e no desenvolvimento dos filhos. No Brasil, a data foi oficialmente celebrada pela primeira vez em 1953, a partir de iniciativa de um comerciante que buscava promover vendas no mês de agosto.

Com a mudança no estilo de vida e nas prioridades, muitos homens têm optado por deixar a paternidade de lado. A vida profissional, que exige dedicação para o crescimento, e tantas outras atividades, como sair com os amigos, curtir festas e viagens e o lazer, podem contribuir para que o desejo de ser pai vá adormecendo. E somente depois de certa idade ele reapareça.

Mas há quem tenha sido pai bem mais cedo do que imaginava e aos 24 anos foi surpreendido com a notícia que seria responsável pela chegada de uma nova vida. Assim aconteceu com o engenheiro Tiago Masetti, pai dos jovens Arthur e Maria Clara. Ele confessa que a notícia trouxe um mix de sentimentos e descreve essa sensação.

“Foi uma experiência emocionante, transformadora, ou seja, a reação inicial pode variar amplamente de pessoa para pessoa, mas geralmente envolve uma mistura de sentimentos intensos, como a surpresa, mesmo que a gravidez seja planejada. Além da alegria, a perspectiva de trazer uma nova vida para o mundo geralmente traz muita felicidade e emoção.” 

Masetti diz que uma das sensações foi de realização, mas também surgiram dúvidas. “Também tem a questão do medo, da ansiedade e preocupações sobre a capacidade de sustentar o filho, de cuidar de uma criança, pensamento sobre a situação financeira, a mudança na vida cotidiana, ou seja, um mix de sentimentos. Isso gera muitas reflexões sobre a sua infância, as lições que aprendemos ao longo da vida e como nós vamos aplicar essa experiência ao filho.”

Segundo ele, a paternidade promove mudanças significativas na vida de um homem, trazendo grande desenvolvimento pessoal. O bem-estar e a felicidade do filho muitas vezes se tornam o foco central, afetando decisões sobre a vida pessoal, profissional, tempos livres e finanças.

“A paternidade pode promover sentimentos de crescimento e desenvolvimento pessoal também. Eu entendo que ao enfrentar esse desafio de criação de filho ele pode se tornar mais paciente, resiliente e compreensivo. As dinâmicas nos relacionamentos podem mudar, tanto com o parceiro, a esposa, quanto com amigos, familiares. Ou seja, a paternidade fortalece os laços também, mas exige um trabalho adicional”, acrescenta.

Ao olhar a sua história, ele garante que não mudaria em nada a sua trajetória, porém, é natural ter alguns arrependimentos ou desejar ter feito coisas de maneira diferente, o que pode incluir querer ter passado mais tempo com os filhos. “Como eu viajei muito bem no momento em que a Maria Clara nasceu, deveria ter tido mais tempo, deveria ter sido às vezes mais paciente, equilibrado, com algumas situações para com eles, mas eu não mudaria nada.”

O QUE É SER PAI

Questionado de forma direta, ele afirma: “Ser pai significa assumir responsabilidades de cuidar, do sustentar de outro ser humano. E isso inclui fornecer necessidades básicas, alimentação, abrigo e educação. Então, assim, isso é demais, né? Além de tudo, a gente tem o amor que envolve oferecer um apoio emocional. Ou seja, o amor é estar presente nos momentos bons ou ruins, oferecendo conforto, encorajamento, orientação, que é o que a gente precisa ao ser pai. A gente precisa ser exemplo. A gente tem que ser um exemplo de liderança para eles, ou seja, as nossas ações, os nossos comportamentos, servem como exemplos mesmo, influenciam o futuro e o desenvolvimento deles. Tem um sacrifício, é claro, porque ser pai também significa colocar as suas necessidades, as necessidades dos nossos filhos na frente das nossas próprias.”