No Brasil, quase 50% da população é sedentária, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em estimativa da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o quinto país mais sedentário no mundo. Encontrar o exercício físico ideal é o primeiro passo para sair deste estado que influencia diretamente o bem-estar das pessoas.
Ainda assim, muitos podem ter dificuldade de entender o que é bom para uma pessoa pode não dar certo para outra. Ou seja, não é porque alguém adora o crossfit, por exemplo, que essa atividade irá funcionar da mesma maneira para todos. O personal trainer Rafael Repisso, do Núcleo de Saúde e Qualidade de Vida, explica que na educação física existe o princípio da individualidade biológica, em que os profissionais do meio se baseiam para montar os treinos de cada aluno.
“Cada organismo tem um biotipo próprio e, portanto, o que é bom para mim pode não ser bom para outro, assim como a medicação que eu tomo pode não ser benéfica para meu vizinho, fazendo uma analogia. Primeiramente fazemos uma anamnese com nosso aluno para analisar o que será melhor para ele naquele momento”, relata o especialista.
De acordo com Rafael, o exercício físico precisa ser prazeroso, já que se algo não for bom a pessoa não terá interesse em continuar praticando. Além disso, é necessário fazer uma avaliação com um profissional para saber se há alguma contraindicação, seja por doença crônica ou lesão, por exemplo, para que seja uma atividade segura.
“A pessoa que tem alguma dúvida para escolher, deve buscar o exercício que se identifique com o seu perfil. Alguns gostam de fazer mais uma atividade como a musculação, outros preferem fazer uma atividade aeróbica como ciclismo, existem aqueles que gostam de fazer os dois, ou seja, aeróbico com exercícios resistido e de fortalecimento, como é o caso da natação. Esta última seria uma ótima atividade porque trabalha a parte cardiorrespiratória e a também neuromuscular”, detalha o personal trainer.
Algumas das opções mais populares atualmente são o crossfit, que combina exercício aeróbico, de calistenia (que utiliza o peso do próprio corpo para movimentar os músculos) e o levantamento de peso; a zumba, que promove tonificação muscular, maior flexibilidade e resistência, além da queima de calorias; a tradicional natação, que melhora o sistema respiratório, promove foco e concentração, e é uma ótima escolha para quem sofre com artrose ou fibromialgia; e o muay thai, uma luta de contato em pé que combina a utilização de punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés, para ataque, e movimentos de bloqueio para defesa.
Em todos os casos, ter ao lado um profissional capacitado é essencial na prática de qualquer exercício físico. “O acompanhamento com um profissional de educação física especializado é fundamental para que não ocorra nenhum dano físico/mental ao aluno e para que os dois juntos possam traçar metas mensuráveis em busca de seus objetivos, conseguindo um resultado mais real e preciso. Assim como não devemos nos automedicar, porque isso é uma função médica, os exercícios físicos também não devem ser auto aplicáveis pois os danos podem ser irreversíveis à saúde", destaca Rafael.
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