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O descolamento de retina é uma condição oftalmológica grave que ocorre quando a retina, camada sensível à luz no fundo do olho, se separa de sua posição normal na parede ocular. Essa separação impede que a retina funcione adequadamente, podendo causar perda de visão permanente se não tratada rapidamente.
Dados globais indicam que cerca de 1 em cada 10.000 pessoas são afetadas por ano, sendo que, no Brasil, estima-se que a incidência seja semelhante, mas a prevalência é maior em populações com alto índice de miopia e diabetes, uma vez que essas doenças estão relacionadas a descolamento de retina.
Para o oftalmologista especialista em retina, João Pedro Braga, os exames oftalmológicos regulares são fundamentais para identificar fatores de risco e detectar problemas precocemente. “O exame de fundo de olho (oftalmoscopia indireta) é essencial para avaliar a presença de rasgos na periferia da retina que podem levar ao descolamento da retina, além disso pode detectar doenças silenciosas em estágio inicial, que podem evoluir com descolamento de retina, como é o caso da retinopatia diabética. Se essas condições como rasgo retiniano e retinopatia diabética forem tratados precocemente, há boas chances de recuperação parcial ou total da visão. Entretanto, quando o descolamento de retina é instaurado, estamos diante de uma emergência médica que muito provavelmente vai necessitar de cirurgia, por isso, aos primeiros sintomas, é importante procurar um especialista em retina para uma avaliação completa”, destaca o médico.
Os principais sintomas são sensação de "moscas volantes" ou manchas na visão, clarões ou flashes de luz (fotopsias), sombra ou cortina escura cobrindo parte do campo visual, redução súbita ou perda total da visão (em casos graves).
As principais causas e fatores de risco são miopia alta, traumas oculares, cirurgias oculares prévias, histórico familiar, envelhecimento e diabetes.
“Entre pacientes diabéticos, a incidência de descolamento de retina pode ser mais alta, especialmente em casos de controle inadequado do diabetes. Por isso, as consultas regulares com um oftalmologista são fundamentais, pois o diabetes pode desencadear uma série de complicações retinianas, entre elas o edema macular, hemorragia vítrea e descolamento de retina”, completa o especialista.
O tratamento depende da gravidade e do tipo de descolamento, podendo ser indicado um procedimento como a fotocoagulação a laser em casos de descolamentos de retina periféricos ou retinopatia diabética, injeção de gás intraocular para posicionar a retina no local, passagem de uma faixa de silicone em volta do olho com a tentativa de colar a retina e, por fim, a vitrectomia posterior, que é a modalidade cirúrgica mais utilizada para descolamentos de retina.
“Quanto à prevenção, exames oftalmológicos regulares, especialmente para pessoas com fatores de risco como miopia alta ou diabetes, proteção ocular durante esportes ou atividades de risco, e controle adequado de doenças sistêmicas, como o diabetes, são fundamentais. Além disso, ao identificar os sintomas de descolamento de retina, procure um oftalmologista imediatamente. O tempo é um fator crítico para preservar a visão e evitar complicações permanentes”, finaliza.
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