Mulheres estão morrendo mais por causa de problemas no coração e doenças no sistema circulatório, ou seja, em veias e artérias. São essas as principais causas de morte na população feminina, ultrapassando os cânceres, como mama, útero e. É para alertar sobre esta realidade que médicos, instituições e entidades de saúde se mobilizam nesta terça-feira, 14 de maio, no Dia Nacional da Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher.
As mulheres costumam ter doenças cardiovasculares mais tardiamente do que os homens, e buscam ajuda médica em fases mais avançadas, o que pode explicar porque elas têm duas vezes mais chances de morrer de infarto do miocárdio (ataque cardíaco), segundo estudo apresentado no Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
"Nós precisamos cuidar melhor do nosso coração e do nosso corpo como um todo e adotar hábitos que ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares, com uma alimentação saudável e praticar atividade física", ressalta a cardiologista Adriana Bellini Miola, do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto. "Infelizmente, nós constatamos que as mulheres têm mais dificuldade do que os homens em mudar alguns hábitos para evitar fatores de risco, como obesidade abdominal, sedentarismo e diabetes", completa.
A profissional explica que as alterações hormonais da menopausa, como a diminuição de estrogênio e o aumento de andrógenos circulantes, provoca distúrbios lipídicos. Além disso, o excesso de gordura, principalmente abdominal, contribui para a resistência insulínica.
A atenção à saúde cardiovascular durante a gravidez e o período pós-parto também é fundamental, considerando o aumento da prevalência de condições como pré-eclâmpsia (25% nas últimas duas décadas), com repercussões de longo prazo na saúde feminina.
Já entre as mulheres mais jovens, o uso de contraceptivos combinados e a reposição hormonal sem indicação formal, associados ao tabagismo, representam combinação nefasta que aumenta o risco de trombose com consequências deletérias para o aparelho cardiovascular.
A prevenção, portanto, é essencial, e envolve, além da adoção de hábitos de vida saudáveis, a consulta ao cardiologista ao menos uma vez por ano para realizar um check-up.
Adriana explica que, no check-up, o médico realiza uma avaliação clínica completa, que inclui o histórico, a rotina e os hábitos do paciente, exame físico com a medida da pressão arterial, exames de sangue e de imagens. "Nesta avaliação, podemos diagnosticar doenças do coração mesmo antes dos sintomas aparecerem e tratá-las ainda no início, quando o controle da doença é melhor e as chances de obtermos resultados positivos são maiores", afirma a cardiologista.
Quando a mulher tem um problema cardiovascular, necessita de acompanhamento regular do médico, com controle rigoroso da pressão arterial, níveis de colesterol e diabetes, além da reabilitação cardíaca em centro médico com infraestrutura e profissionais especializados, como é o caso do próprio IMC, que é referência nesse segmento no Noroeste Paulista.
Autor