Levantamento do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, CRF-SP, apontou que 98,52% dos farmacêuticos que responderam ao questionário sofrem com o desabastecimento de medicamentos, destes a maioria atua em estabelecimentos do setor privado. Já 10,24% são do setor público (administração direta) e o restante se divide em setor público (parceria privada e terceirizações) e estabelecimentos filantrópicos, beneficentes, mistos e autarquias.
O levantamento, realizado por meio de questionário contendo 20 perguntas disponibilizado no portal e nas redes sociais do CRF-SP, de 19 de maio a 30 de maio de 2022, obteve 1.152 respostas válidas. Dessas, 93,49% dos participantes relataram sofrer com a falta de antimicrobianos (entre os mais citados amoxicilina e azitromicina); 76,56% com a falta de medicamentos mucolíticos (entre os mais citados acetilcisteína e ambroxol); 68,66% com a falta de medicamentos anti-histamínicos (entre os mais citados dexclorfeniramina e loratadina); 60,59% com a falta de medicamentos analgésicos (entre os mais citados Dipirona, ibuprofeno e paracetamol) e 37,15% relataram a falta de outras classes.
Segundo Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP, as crianças são as que mais têm sofrido com o desabastecimento. “Os relatos mostraram que os medicamentos em falta são principalmente em suas formulações líquidas, o que prejudica em especial, a população pediátrica, já que a maioria dos medicamentos para esse público é na forma líquida por serem mais fáceis de administrar”.
Os profissionais participantes, tanto os que atuam no setor público quanto os que estão no setor privado, apontaram a escassez de mercado, a alta demanda não esperada, falha do fornecedor e preço alto impraticável como motivos para a falta de determinados medicamentos. Situações como a guerra na Ucrânia e o lockdown na China geraram problemas logísticos para o atendimento das demandas de insumos e medicamentos.
Autor