Médica alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP), Brianna Nicolletti traz um alerta, faltando poucos dias para a celebração da Páscoa, em que há troca de bombons e presentes preparados à base de chocolate, como os ovos de Páscoa.
Segundo ela, é mais comum do que se imagina a procura por um alergista por conta de sintomas de alergia a chocolate/cacau. Mas Brianna garante que a alergia a esse alimento é muito incomum.
“Alergia a castanha, noz, macadâmia, amendoim, ovo, soja, trigo e leite são bem mais frequentes que a alergia a cacau, e estes, sim, são ingredientes presentes no chocolate, dependendo de sua marca, e podem estar envolvidos em casos de alergia ao produto”, explica.
A alergia alimentar é uma resposta imunológica anormal do organismo que ocorre após a ingestão e/ou o contato com um determinado alimento. “É a perda (por algum motivo) do que chamamos de mecanismo de “tolerância” ao alimento. E existe, sim, uma relação com hábitos de vida e consumo maior de alimentos processados, assim como uma tendência genética, familiar.”
Diferentemente, “a intolerância alimentar é um processo secundário à deficiência da enzima responsável pela digestão do alimento e, também, pode acontecer por inflamação da mucosa intestinal e, por este motivo, surge a dificuldade de absorção do alimento e, por consequência, os sintomas da intolerância, como cólicas, vômitos, dores de cabeça, entre outros.”
No caso do chocolate, a intolerância, muitas vezes, está ligada ao açúcar do leite, a lactose, um açúcar composto que precisa da enzima chamada de lactase para sua absorção. “Neste momento de maior consumo de chocolate, não fique na dúvida se pode comer ou não. Vale a investigação para evitar a restrição”, aconselha.
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