Nesta quinta-feira, 24, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data comemora o anúncio feito pelo médico Robert Koch sobre a descoberta da causa da tuberculose – o bacilo TB – que seria o início do diagnóstico e da cura da doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e em risco de desenvolver a doença. Há cerca de 8,8 milhões de doentes e 1,1 milhão de mortes por ano no mundo.
O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no país.
O pneumologista Marcelo Macchione pontua que os principais sintomas da tuberculose são tosse – que pode ser acompanhada de sangue, febre, emagrecimento, perda de apetite e sudorese noturna.
Ele explica como ocorre a transmissão. “A transmissão ocorre através do ar, quando a pessoa infectada lança gotículas com o bacilo no ambiente, através da tosse, espirro ou fala. Essas gotículas, que podem ficar horas no ar especialmente se o ambiente for fechado ou pouco ventilado, podem ser inaladas por outras pessoas, podendo resultar causar a doença. É importante destacar que a tuberculose não é transmissível através de apertos de mão, compartilhamento de comidas e bebidas ou uso de roupa da pessoa com tuberculose.”
A vacina BCG - Bacilo de Calmette e Guérin pode evitar formas graves da tuberculose. “A BCG é a primeira vacina que tomamos ao nascer. Ela é muito importante pois evita formas graves de tuberculose (tuberculose miliar e meningite tuberculosa) na primeira infância. Depois dessa fase, ela perde efeito, ou seja, não confere nenhuma proteção nos adultos. Apesar de poder acometer qualquer pessoa, ela é mais frequente nos portadores de doenças que comprometem o sistema imunológico como diabetes, Aids, câncer, desnutrição e nos alcoólatras e usuários de drogas.”
A tosse com duração maior de três semanas pode ser um sinal de alerta. “O principal sintoma da tuberculose é a tosse. Por isso recomendamos que todo mundo que tem tosse com mais de 3 semanas de duração procure atendimento, pois pode ser tuberculose. Após a suspeita do quadro, exames como radiografia de tórax e o de escarro são realizados para confirmar o diagnóstico.”
O pneumologista fala, ainda, sobre as formas de prevenção. “Existem várias medidas para evitar a tuberculose. A primeira é aplicar a vacina BCG nos recém-nascidos na própria maternidade. Se isso não ocorreu por algum motivo, a recomendação é tirar o atraso quanto antes, no máximo até os 5 anos de idade. Outro passo importante é o isolamento do indivíduo infectado, que devem permanecer em ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, proteger a boca com o antebraço ou um lenço ao tossir e espirrar e usar máscara!”
A tuberculose tem cura. “A tuberculose é uma doença infecciosa que pode ser curada com o tratamento. Quanto mais precoce for o diagnóstico, menores os riscos de sequelas. Além disso, o tratamento é simples e gratuito.”
PANDEMIA
Segundo Macchione, a pandemia provocada pela Covid-19 eliminou uma possível erradicação da tuberculose.
“Apesar de todos os esforços, a tuberculose continua sendo a doença infecciosa que mais mata em todo o mundo. Diariamente, quase 4 mil pessoas perdem a vida em decorrência da TB, e cerca de 28 mil adoecem por essa doença evitável e curável. No Brasil, todos os anos, ocorrem aproximadamente 74 mil casos novos e 4.500 óbitos. Além disso, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), comprometeu os compromissos assumidos por líderes globais para eliminar a TB como problema de saúde pública até 2030. Segundo alguns especialistas, a pandemia eliminou doze anos de progressos na luta global contra a tuberculose.”
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