“O importante é que a Via Sacra voltou para ficar”. Foi dessa forma que o secretário municipal de Administração, Richard Casal, que foi um dos organizadores e também ator voluntário na encenação, avaliou o resultado do evento que voltou a ser apresentado depois de 13 anos em Catanduva. Tradição por anos na cultura local, a apresentação foi realizada pela última vez em 2010 por falta de investimento público e talvez até de novos braços para conduzir tamanho desafio. Todo mundo sabe que a realização da antiga Visfrav - Via Sacra da Fraternidade Ao Vivo surgiu pelas mãos de Jeanete Monteleone, nos anos 1960, e foi herdada por sua filha Patrícia. Por mais louvável que seja a dedicação de mãe e filha, a primeira já em saudosa memória, não há como realizar um evento desse porte sem apoio. Para frisar, apoio não só público, pois este chegou até a ser contestado dado o aspecto religioso – tendo prevalecido justamente o valor cultural na análise jurídica da coisa toda. Para que o evento cresça, todo tipo de apoio é bem-vindo, a começar de voluntários que se envolvam na organização e encenação. O envolvimento da Diocese de Catanduva, talvez pela primeira vez, também pode ter feito toda a diferença. Afinal, padres abordaram o tema em suas missas e convites chegaram a ser distribuídos para o público na porta das igrejas. Tudo isso fez com que mais de 3 mil pessoas lotassem o ginásio do Conjunto Esportivo na Sexta-Feira Santa, animando atores, figurantes e organizadores. Teve até quem tenha sugerido que a próxima edição seja feita no Estádio Municipal Silvio Salles, relembrando-se os “velhos tempos” ou, melhor, os “bons tempos” em que a comunidade se aglomerava nas arquibancadas, ainda quando o campo estava na área central, com sua tradicional entrada pela rua Amazonas. Se o local mudará ou não, na verdade, pouco importa. O que vale mesmo é sentir se os catanduvenses aprovaram e querem que o evento faça parte do calendário anual, mobilizando famílias inteiras num final de semana de intensa reflexão.