Voar, voar, subir, subir
Não sou muito fã de aviões. Não se trata de medo. Eu simplesmente acho a coisa mais desconfortável e engessada que pode existir no mundo.
Eu até defendo o transporte aéreo. Digo para os temerosos que é o segundo meio de transporte mais seguro que existe. Costumam dizer que é o mais seguro. Não é. Perde para o elevador. Os especialistas sempre se esquecem dele. Se você buscar no Google o número anual de óbitos decorrentes de acidentes aéreos e comparar com os decorrentes de queda de elevador ou outros sinistros relacionados verá que o uso de elevador causa bem menos vítimas.
Mas o imaginário popular em relação a sinistros envolvendo avião é muito forte. Sei disso porque já presenciei várias vezes um tipo de cena muito engraçada. Tenho dó de padres e pastores que viajam. Pode até ser coincidência. Nas vezes que viajei com algum, sentei perto deles. E deu turbulência em todas as vezes. E sempre aconteceu algo insólito: todos olham para o religioso com um olhar de súplica meio que pedindo algo do tipo “reza aí” ou “fale com o Poderoso para ele parar com isso”.
O que me impressiona são os preços das lanchonetes e restaurantes de aeroporto. Que paulada! E o que dizer do serviço de bordo. Nunca me dei com os lanches e refeições durante o voo. Dispenso. As companhias aéreas estão cortando para baixar os custos. Não farão falta.
Uma coisa que me desanima é que se tudo der certo é até legal. Mas se der algum imprevisto (atrasos, mal tempo, etc) é de amargar. Você simplesmente não tem o que fazer nem para onde ir. Detesto esta impotência.
Aeroporto é um lugar também onde você encontra famosos. Tenho sorte com isso. O famoso não. Todo mundo quer tirar uma casquinha. Não deve ser fácil receber pedido de selfie com uma multidão aglomerada em volta. Já vi alguns deles saírem correndo. E um monte de gente atrás. Mas minha lista é grande e diversificada. Emerson Fittipaldi (decepção, é mais baixinho do que eu...), Maria Alcina, Betty Faria, o atleta olímpico Joaquim Cruz, Paulo César Caju, Alceu Valença, Cecil Thiré (filho da Tônia Carrero), um grupo de pagode que não lembro o nome, a Tiazinha e o time do Flamengo, mas eu não conhecia nenhum jogador. Se bem que grande coisa! Hoje em dia eu não sei direito nem o nome dos jogadores do Palmeiras quanto mais de outros times.
Políticos foram bastante. Viagens à Brasília me propiciaram a oportunidade de viajar com Paulo Maluf, Suplicy, o cara do aerotrem e tantos outros. É muito legal ver de perto e em carne e osso tantas lendas.
Mas o que causa estranheza é a mudança dos nomes. Hoje em dia recebe o nome de comissária de bordo a aeromoça e chama-se o piloto de comandante. Daqui a pouco vão chamar a aeromoça de gerente de relacionamento aéreo e o piloto de gestor de aeronaves. É só esperar a novidade...
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