Virando a página

Aparentemente, Catanduva vai superar mais um episódio confuso em que os bancos decidiram mostrar sua força e, tanto fizeram, que a Câmara de Vereadores acabou por revogar lei municipal que exigia a presença de um vigilante armado na área de caixas eletrônicos até as 22 horas. Esse capítulo final foi feito sem falatório, na sessão ordinária de terça-feira, com manifestações do autor da legislação, o vereador Gordo do Restaurante, apenas nas redes sociais. Diferente de postura anterior dos parlamentares, em que todos se uniram para criticar a rede bancária e até mesmo o jornal, que divulgou, naquela ocasião, que a primeira instituição rebelava-se contra a exigência legal, adotando a redução do horário do autoatendimento. A verdade é que os bancos não quiseram cumprir a lei, deram argumentos para isso, convincentes ou não, e pronto. A partir daí foi só queda de braço, para usar o linguajar popular. O Regional cobriu a história desde o início e teve quem tenha entendido, por ler apenas superficialmente, que a lei forçou os bancos a fecharem os caixas eletrônicos. Claro que não é isso. Ela simplesmente não previu que, em vez de cumprí-la, os bancos teriam como adotar outro caminho para driblar a norma, ainda que tal opção fosse danosa para a população. É visível que a lei foi feita com a melhor das intenções, pois a segurança é um item importante e não há quem não tenha receio ao procurar por um agência bancária para fazer saques no período noturno – ainda que, estatisticamente, esse tipo de ação criminosa possa ser irrisória no contexto local. De qualquer forma, seja por eventual falta de diálogo prévio com as instituições financeiras na etapa de elaboração da lei, seja pelo endurecimento da postura delas mesmas, o que acarretou a pressão popular, as coisas não aconteceram como planejadas. Resta agora a sanção da revogação da lei pelo prefeito Padre Osvaldo, se nenhuma surpresa contrária surgir, e que os bancos possam normalizar o atendimento. Que todos os envolvidos, de uma forma ou outra, e ainda que a contragosto, possam tirar os melhores aprendizados disso tudo.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.