Violência dentro das casas

A sociedade se choca quando uma mulher é assassinada por seu companheiro. A notícia que chega pelo jornal, rádio ou mídias sociais vem como um soco, de dor lancinante, porque mostra que é algo próximo, real, não cena de filme. Porém, de repentino esse tipo de desfecho não tem nada. De certo a pessoa não se tornou um monstro do dia para a noite. Aquela vítima provavelmente já deve ter passado por muitos episódios de agressão, de ciúmes. Episódios esses que se intensificaram com o tempo até que culminassem no feminicídio. O desafio nesses casos é justamente fazer com que a vítima rompa o ciclo de violência física e psicológica que sofre e denuncie o agressor. Isso nem sempre acontece por uma série de motivos, entre eles o fato de a agressão envolver ciclos: o agressor não é agressivo o tempo todo, há promessas de não repetir a violência e isso confunde a cabeça da vítima. Outro ponto é que a mulher se vê dominada pelo agressor: por não terem uma vida fora do casamento e, na maioria das vezes, dependerem financeiramente do companheiro. Há, ainda, as ameaças. O homem tende a dizer que, caso ela queira deixa-la, ele irá matá-la ou afastá-la de seus filhos. Pra completar, quando há um levante qualquer, nem sempre essa mulher tem a proteção e atenção que precisa em delegacias e serviços públicos como um todo, vendo-se novamente acuada e, pior, correndo risco de vida. Tudo isso reforça a importância de serviços de acolhimento e auxílio às mulheres que são vítimas da violência doméstica e familiar, tal como a Casa Abrigo que está prestes a ser concretizada pela Prefeitura de Catanduva, em ação conjunta com os municípios de Mirassol e Bady Bassitt. Talvez seja um dos serviços mais delicados a se conduzir, devido aos riscos envolvidos, mas também por isso um dos mais importantes. Infelizmente é uma demanda social que exige ações como essa.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.