Vergonha alheia

Os mais jovens escreveriam “vergonha alheia” ao se referirem à conduta da Prefeitura de Catanduva no atendimento a pessoas com deficiência que buscaram por serviços da Central de Ambulâncias, da Secretaria Municipal de Saúde, para desfrutar de atividades oferecidas pela – pasmem – própria Secretaria de Saúde. Para não atropelar os fatos, vamos voltar um pouco. Vergonha alheia é uma locução que define o sentimento de vergonha que uma pessoa sente ao testemunhar algo que outro indivíduo disse ou fez; o ato de sentir vergonha pelo próximo. No caso, é a Prefeitura de Catanduva e seus gestores na área de saúde pública que devem se envergonham pelo atendimento que está sendo oferecido aos cidadãos. Agora prosseguindo com a história: as duas pessoas do bairro Cidade Jardim, uma delas cadeirante, agendaram transporte em viatura especialmente adaptada para levar uma cadeira de rodas motorizada – não é daquelas dobráveis, que encaixaria facilmente em outros veículos. A ideia de ambos é desfrutar da Academia da Saúde, programa que a própria Secretaria de Saúde ampliou recentemente, por obviamente considerar relevante à população. Com atividades às segundas e terças, os munícipes passaram a ser transportados, mas, em duas ocasiões, sentiram a dura realidade das pessoas com deficiência no Brasil e, como se vê, em Catanduva. Na primeira, eles foram literalmente esquecidos. Quem levou, não buscou. E as várias ligações telefônicas seguintes foram infrutíferas. Ontem, o segundo ato: a ambulância que foi buscá-los não era adequada para esse tipo de transporte e, pelo que se comentou, as adaptadas para isso estão quebradas e uma delas viajando. Será que é preciso de mais algum motivo para se envergonhar?

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.