Venom: A Última Rodada será o final da trilogia?

Com a volta dos cinemas em Catanduva, agora com o Grupo Cine, as três salas do shopping voltaram a exibir filmes com maior rapidez do que se esperava, desde domingo passado.  

Venom: A Última Rodada é o principal filme em cartaz essa semana e o terceiro da franquia, onde Eddie Brock (Tom Hardy) e seu simbiótico Venom (feito em computação gráfica) enfrentam uma nova ameaça.

Antes, no entanto, é preciso explicar que o filme é e não é da Marvel (leia-se Disney): por conta de velhos contratos do século passado, a editora de quadrinhos, que ia mal das pernas, vendeu os direitos de alguns dos seus principais super-heróis (e coadjuvantes) para vários estúdios. A Sony levou o Homem-Aranha, assim como a Universal os X-Men (até a Disney comprar o estúdio). Depois de uma bem sucedida trilogia do Aranha, e uma segunda que nem se completou, a Sony (dona dos direitos para cinema) fez um acordo com a Marvel (dona do universo compartilhado MCU) para juntar o personagem e empresas. Assim, graças à magia do Multiverso, os mundos dos dois estúdios podem coabitar os cinemas e dividir as bilheterias. E a Sony passou a explorar o universo dos vilões do herói com bons e nem tão bons resultados.

A trama de Venom 3, agora em cartaz no Grupo Cine, gira em torno da conhecida dupla que, caçada por forças tanto do planeta natal do alien quanto da Terra, se vê em uma situação crítica; surge Knull (Andy Serkis), o “Deus dos Simbiontes”. Com o poder de controlar a escuridão primordial, controla simbiontes assustadores, que caçam Venom e Eddy, por eles, unidos, se tornem uma ameaça.

Venom retorna à velha forma, devorando inimigos enquanto luta ao lado de Eddie, numa pegada com mais humor e ação, e efeitos especiais bem melhores que o filme anterior.

Roteirista dos longas anteriores, Kelly Marcel assumiu a direção no fim da trilogia, além de assinar o roteiro em colaboração com Hardy. O filme marca o desfecho da trilogia Venom, mas nada impede que o personagem retorne em novos filmes. De qualquer forma, apresenta cenas pós-créditos que estabelecem ganchos para futuras produções no universo Sony. Venom foi criado por David Michelinie e Todd McFarlane para os quadrinhos do Aranha em 1988. Originalmente, uma espécie de “uniforme vivo” preto usado pelo Homem-Aranha na minissérie Guerras Secretas, virou um antagonista. Venom se revelou um simbiótico alienígena que se ligou a Eddie Brock, um jornalista que buscava vingança contra o herói. Desde então, Venom evoluiu para um anti-herói popular, explorando temas de dualidade e moralidade nas HQs. No cinema, apareceu pela primeira vez em Homem-Aranha 3 (com Toby Maguire) e ganhou filme próprio em 2018. O sucesso produziu Venom: Tempo de Carnificina (2021), com bilheteria decepcionante. Mesmo assim, difícil crer que a Sony vai largar o filão, já que outros derivados do Aranha, como Morbius e Madame Teia floparam.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.