Vendendo o que é nosso
Muitas pessoas seguem com dúvidas sobre o leilão feito pela Prefeitura de Catanduva que acabou por comercializar a área da antiga Cindre, onde está o pátio de serviços, na rua Ceará. Nem todo mundo concorda que a administração municipal deva se desfazer de bens imóveis, à medida que precisa locar grandes prédios para abrigar os departamentos municipais. É o caso, por exemplo, do Poupatempo, da Secretaria Municipal de Educação e da escola do Senai, que estão em imóveis locados – sem contar vários outros espalhados pela cidade com aluguéis de menor monta. De qualquer forma, fica aquela dúvida se não seria viável construir um prédio na área que já é pública, reunindo ali setores que estão sem endereço próprio e economizando com aluguéis. No caso dos pequenos lotes que são repassados por loteadores nem há o que se discutir, de fato, já que em geral eles são inviáveis para receber escolas ou postos de saúde ou estão localizados em áreas que não são interessantes para essas finalidades. Nesses casos, o ideal é transformar realmente os terrenos, que só geram custos, em recursos para serem reinvestidos em favor da comunidade. Esse cenário é diferente, porém, do caso da Cindre, que ocupa uma quadra inteira e cuja localização é bastante interessante, sob vários aspectos. De qualquer forma, agora é tarde para refletir sobre o caso e, como diz o linguajar popular, não se pode chorar o leite derramado. Resta exigir do poder público que o novo pátio de serviços seja mais bem localizado, sem causar transtornos aos moradores do entorno, com fácil acesso para máquinas e caminhões, e que os R$ 3 milhões obtidos com a venda da antiga área sejam bem investidos. Outro ponto essencial é que tudo isso aconteça de forma transparente.
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