Valor da vida

A pandemia consumiu ao menos R$ 16 milhões em recursos da saúde em Catanduva, mas esse valor pode ter chegado a R$ 22 milhões, caso todas as notas empenhadas tenham sido quitadas. Mas, afinal, esse valor é muito ou é pouco para o combate que travamos com o coronavírus? O fato de o município ter gastado mais do que recebeu em verbas estaduais e federais específicas para a Covid-19 demonstra descontrole ou responsabilidade em complementar a demanda necessária com recursos próprios? Diante de outros municípios, Catanduva recebeu dinheiro suficiente ou faltou força política para conseguir mais grana e, quiçá, mais leitos nos hospitais? São questões que causam debate e de difíceis respostas, pois provavelmente cada leitor terá uma visão sobre o assunto. Outro ponto a ser analisado é se os investimentos foram eficazes, à medida que, em determinados momentos da pandemia houve longas filas e pessoas morrendo na UPA por falta de leitos, sem contar todo aquele movimento pró-lockdown, inclusive com envolvimento do Judiciário, na fase em que eram vários óbitos por dia. Pra quem não lembra desse enredo, a Prefeitura acabou por decretar o fechamento das atividades de forma forçada, após ação do Ministério Público. Hoje, passados quase três anos desde o início da pandemia, mesmo com todo o volume financeiro gasto, a cidade ainda registra mortes. Felizmente, num ritmo controlado, graças à vacinação. Seja como for, a discussão sobre valores não tem resposta fácil, já que para cada pessoa enlutada certamente não há dinheiro que pague a vida perdida.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.