A questão ambiental é bastante delicada e qualquer ação no sentido de buscar melhorias e avanços deve ser celebrada. Neste sentido, o programa Integra Resíduos, do Governo de São Paulo, poderá contribuir para a mitigação de um problema bastante grave, que é a destinação dos resíduos sólidos pelos municípios. Como mostrou reportagem veiculada na edição de ontem, o Estado tem pouco mais de 300 aterros para receber tais resíduos, estando a maioria deles, 170 para ser mais específico, com vida útil menor que 5 anos. Ou seja, além de muitos municípios não possuírem aterros próprios e precisarem se deslocar por mais de 50 km para depositar seus resíduos, há esse problema relacionado ao tempo. Não é demais afirmar, aliás, que muitos deles infringirão esse prazo sem que a devida ampliação ou regularização de um novo aterro tenha sido feita. Com o programa Integra Resíduos, tem-se a proposta da regionalização e que novos aterros sejam viabilizados em parcerias com a iniciativa privada na chamada PPP e, a partir disso, será possível até mesmo tornar esses locais rentáveis, já que o biogás produzido nos aterros sanitários pode ser transformado em energia elétrica, por exemplo. No plano ideal, é preciso reduzir a produção de lixo, apostando na reciclagem e reutilização de resíduos, e fazer com que os aterros existentes contribuam efetivamente com o meio ambiente e com a economia. Já passou do tempo dos antigos lixões, em que o descarte sem qualquer critério era, de alguma forma, tolerável. Hoje, a natureza bate à nossa porta, dia após dia, para alertar que ela precisa ser melhor cuidada, preservada e que os resíduos da ação humana precisam ter destino certo.