UPA sem oxigênio

A pandemia do coronavírus matou 731 catanduvenses até agora e, de forma inédita, obrigou o município a transformar a UPA, construída para atendimentos de urgência e emergência, em uma unidade com internação. Isso foi na pior fase do contágio, no ano passado. Além dos leitos criados lá dentro, pessoas aguardavam em fila de espera. Algumas morreram esperando. Outros tantos morreram lá dentro. Em meio a tudo isso, surgiu a notícia de que a Prefeitura de Catanduva implantaria uma usina de oxigênio naquele local para atender os pacientes internados com crise respiratória aguda, a partir de articulação do Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), Governo e São Paulo e Petrobrás. Pois bem, instalou-se a usina na UPA, que sequer tem pacientes internados como rotina, à exceção daquele período, pela bagatela de R$ 1,1 milhão. A inauguração foi no dia 23 de dezembro do ano passado e hoje, praticamente um ano depois, adivinhem? A usina não está funcionando. Funcionou pra valer apenas um mês. A administração do prefeito Padre Osvaldo, que já demonstrou que não tem como pontos fortes o planejamento e a priorização ao que realmente importa, não tentou justificar demais, mas garantiu que, atualmente, não compensa manter a usina em funcionamento, valendo à pena mesmo comprar oxigênio encapsulado. Nem tocou na história de que não há técnico contratado para operar o equipamento. No fim, parece que ele não é assim tão importante para a UPA, para a Secretaria de Saúde e para o prefeito. Parece que foi mesmo uma ação política, de momento, para aproveitar a onda da Covid-19.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.