É bem real a situação demonstrada na reportagem desta edição sobre o aumento galopante dos produtos nos supermercados. Com quem quer que possamos conversar, esse é um dos comentários mais recorrentes nos dias atuais.

“Saí do mercado com duas sacolinhas e gastei um monte” é o que se diz, de diferentes formas e construções verbais, mas revelando sempre a insatisfação com a situação econômica e com a desvalorizaçaõ do dinheiro.

A impressão que dá é que trabalha-se cada vez mais para ganhar cada vez menos – ao menos no que se refere ao potencial de consumo. Pelo que expõe a especialista consultada pela reportagem, a mentora financeira Silvia Machado, a situação é mais grave com o leite, tema central do texto, devido a uma série de fatores que, somados, tornam o produto o verdadeiro vilão.

O preço de alguns de seus derivados, aliás, devido à produção mais refinada, aumentaram ainda mais, tornando-se inviáveis para parcela da população.

O leite, indispensável para a dieta familiar, sobretudo das crianças, é um dos mais procurados pelas famílias em vulnerabilidade social nas entidades que trabalham com esse público e a alta dos números tende a tornar esse cenário ainda mais grave e indigesto. Nem mesmo a substituição por outras marcas é solução. O drama tende a crescer.