Sem contar os desenhos animados, os personagens dos quadrinhos de Maurício de Sousa já renderam dois longas muito bem sucedidos com atores: Turma da Mônica: Laços (2019) e Turma da Mônica: Lições (2021). Ambos foram baseados nas Graphic MSP, uma coleção de álbuns reimaginados por artistas independentes, de fora dos estúdios Maurício de Sousa. Agora chegou a vez de adaptar um dos maiores sucessos da turminha, que é sua versão adolescente, um mangá (estilo de gibi japonês), que vendeu mais de um milhão de exemplares em sua primeira edição. Já está em exibição no CineX e em todo o território nacional A Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, com novo elenco. Muitos gostariam de ver o elenco original nos papeis, afinal, eles já cresceram bastante desde 2019, mas por questões contratuais, novos atores foram escalados para viver Mônica (Sophia Valverde), Cebola (Xande Valois), Magali (Bianca Paiva) e Cascão (Theo Salomão), agora com a adição de Milena (Carol Roberto) na turma, além de outros personagens. A direção também é nova, com Maurício Eça (que vai dirigir uma série do Maníaco do Parque na Prime – algo totalmente oposto).

No primeiro dia na nova escola, Mônica já rivaliza com a menina mais popular, Carmem (Giovanna Chaves), filha da família mais rica da cidade e que disputa com ela a presidência do grêmio estudantil. Ajuda um pouco a rivalidade entre ambas pelo coração de Cebola. Alguém duvidava que o antagonismo icônico entre Mônica e Cebolinha desde crianças não tinha certa dose de paixão não assumida?

Além de tudo, o atrapalhado professor Licurgo (Mateus Solano), mais conhecido como o Louco, popular personagem vindo dos quadrinhos infantis, começa a ter seus surtos.

Nesse meio tempo, a turma descobre que o museu da cidade será leiloado. Mônica tenta impedir que isso aconteça, e enfrenta uma lenda urbana do bairro do Limoeiro, o vilão Cabeça de Balde. Diferente dos filmes anteriores, este se assume mais juvenil, com doses de mistério, quase um terror leve. Mas não muito, afinal, a maior parte do público de Maurício ainda é de crianças. Mas tudo pode ser uma metáfora sobre o amadurecimento, as mudanças físicas e psicológicas dos jovens. O Cabeça de Balde também pode representar a vida adulta que se aproxima da turma.

A comilona Magali tem mais destaque (geralmente tudo é centrado em Mônica, a protagonista, e Cebolinha). Ela faz parte, junto com a tia (Elaina Fonseca) da Ordem dos Cozinheiros, uma irmandade secreta de bruxos. E, aparentemente, só Magali pode elucidar e combater os eventos sobrenaturais que estão acontecendo.

Com uma produção caprichada e bons efeitos especiais, A Turma da Monica Jovem: Reflexos do Medo se apoia no carisma dos personagens mais amados dos quadrinhos brasileiros há décadas. É uma nova franquia do Maurício de Sousa, e a continuação é inevitável.