Muita gente não acredita que seja verdadeiro o projeto para retirada dos trilhos do centro de Catanduva. Tanto se falou sobre esse sonho distante que, quando a confirmação foi feita pela Rumo, em 2020, a descrença tomou conta das pessoas. Naquela linha do “só acredito vendo”.

A questão é que essa postura tem razão de ser em um país que as promessas políticas surgem aos montes e que as coisas podem mudar repentinamente. Torcemos para que não seja este o caso, pois, ao menos no papel, é possível constar por documentos e comprovações diversas que todo o trâmite foi cumprido entre os anos de 2005 e 2018 para que o projeto executivo da obra fosse concluído, transpondo todas as adversidades e obtendo as aprovações necessárias.

Tanto que, no momento em que surgiu a grande oportunidade – e a Rumo foi negociar a antecipação de sua concessão federal – o projeto de Catanduva estavá lá, pronto, apto a entrar no pacotão. Assim aconteceu e o anúncio de que a Cidade Feitiço seria contemplada foi feito em março de 2020, antes mesmo da assinatura do contrato da Rumo com a ANTT.

Agora, com as ditas idas e vindas da vida e da política, a Prefeitura decide intervir na história e afastar, um pouco mais, o futuro contorno ferroviário do perímetro urbano – que está sendo realinhado.

Ou seja, como diz a Rumo, estão sendo realizados estudos alternativos, que incluem a revisão de pontos como custos, desapropriações necessárias e cronograma da obra, prevista inicialmente para 2025.

Em outras palavras, apesar de a Prefeitura argumentar que a Rumo “jurou de pés juntos” que a mudança não causaria atrasos, é provável que causará. Isso se não houver retrocessos, novos custos, outras demandas e qualquer tipo de invenção que o mundo político possibilite...