Troca de farpas

Ficou muito mal explicada a história envolvendo a implantação da Casa-Abrigo pra atender mulheres vítimas de violência. Foram muitas providências conjuntas tomadas por três municípios – Catanduva, Mirassol e Bady Bassitt – para, ao final, tudo ser cancelado. Esse tipo de contratempo envolvendo uma administração pública já é difícil de engolir, agora, quando se multiplica por três, vira quase conta de mentiroso. A alegação é que o governo estadual não garantiu o repasse financeiro para este ano, tampouco o dos próximos anos. Inseguros, os três municípios decidiram não comprometer seus caixas e, em tese, aproveitaram que ainda daria tempo de adiar o projeto. O Governo do Estado, por sua vez, garantiu que a verba do FEAS - Fundo Estadual de Assistência Social esteve disponível aos municípios desde 2022 para implantação e custeio, mas não foi utilizado. E foi além. Afirmou que a resolução que instituiu o Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Vítimas de Violência prevê repasses continuados de cofinanciamento. Portanto, frisa, estes não seriam interrompidos. “Mesmo assim, os municípios supracitados, decidiram não implantar do serviço”, diz a nota oficial encaminhada à reportagem na quinta-feira, 22, pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Ou seja, os entes envolvidos trocaram farpas públicas, enquanto as vítimas que deveriam ser assistidas e protegidas ficaram à mercê da própria sorte. O que deveria ser motivo de celebração tornou-se uma história para ser esquecida. Fica o sentimento de quem nadou, mas morreu na praia e a esperança de que Catanduva e demais municípios possam retomar esse pleito, ainda que em outros moldes, e buscar novamente os recursos necessários para constituir a Casa-Abrigo e definitivamente ajudar quem precisa de uma chance para reconstruir a vida.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.