Enquanto a reportagem de O Regional apurava com cautela as denúncias feitas por pais de alunos da escola municipal José D’Oliveira Barreto sobre possível caso de pedofilia, o tribunal da internet já havia julgado e condenado o professor acusado, expondo inclusive seu nome e sua foto nas redes sociais e em grupos de mensagens.

Se ele realmente cometeu o crime relatado, hediondo e que sem dúvida alguma causa imensa revolta, as investigações vão dizer. A análise aqui, entretanto, não é sobre a acusação em si, mas sobre como as pessoas continuam se comportando na internet mesmo depois de tantos anos de uso e experiência acumulada, se é que é possível dizer isso.

Elas não têm o menor receio de possíveis ações por danos morais, sequer têm receio de estarem fazendo uma falsa acusação. Vão para cima com toda força e fé, crentes que aquilo que vociferam é a pura verdade, inconteste.

Segundo uma das postagens, ele estaria foragido; em outra, seria estuprador de crianças; em outra ainda, foi alvo de duros xingamentos. São pessoas espalhando fake news e opinando sobre fatos que desconhecem, sem temer possíveis injustiças e nem pensar no dia de amanhã. Que a Justiça traga à tona a verdade.