Trabalhando nos bastidores

A reportagem especial desta edição, que mostra um pouco do trabalho da Polícia Científica, comprova que com bons equipamentos, capacitação e valorização profissional, é possível ter policiais preparados para solucionar a maioria dos crimes. Não pode faltar nenhum dos fatores nesse cálculo, pois certamente o produto será alterado. Ou seja, não adianta ter a mais avançada tecnologia, sem material humano, tampouco o inverso. Também é preciso voltar aos olhos para o volume de trabalho, pois o excesso pode acarretar pelo menos dois fenômenos: menor qualidade da análise ou desfechos mais demorados – e ambos contribuem para a impunidade. O interessante nessa amostragem trazida pelo jornalismo é que a Polícia Científica é a que talvez tenha menor exposição entre suas coirmãs. Quando os investigadores da Polícia Civil desvendam um crime ou desmantelam uma organização criminosa, por exemplo, conseguem levar isso aos veículos de comunicação com notícias e entrevistas, assim como faz a Polícia Militar, que tem em suas operações uma atração midiática por si só, sobretudo quando há perseguição e tiros. Até mesmo nos casos emblemáticos, em que há grande exposição na mídia nacional, a participação da Polícia Científica tende a ficar ocultada nos bastidores. Certamente poucos leitores sabiam que a Equipe de Perícias Criminalísticas de Catanduva é a única do interior de São Paulo autorizada a fazer a extração de dados de celulares, recebendo aparelhos de grande parte das cidades do estado. Quem visita o prédio do Instituto de Criminalística, que fica junto ao IML, na av. Theodoro Rosa Filho, vê que a estrutura é pequena e até tímida, já demandando boa reforma, mas ao mesmo tempo descobre que o trabalho policial vai muito além do que se vê no dia a dia. Tem-se o corpo a corpo, sim, mas também muita estratégia e conhecimento.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.