Top Gun: Maverick, em busca dos Anos 80

Lá se foram mais de três décadas depois do sucesso do filme que consagrou o ator Tom Cruise, que retoma seu personagem, Pete 'Maverick' Mitchell, um piloto de caças da marinha americana, em Top Gun: Maverick, em cartaz no CineX do Shopping. De certa forma, o filme é parte de um resgate de uma cultura de época que vai da música a produções da década de oitenta do século passado. Não é incomum 'festas dos anos 80', referências à moda e modo de vida, sem contar remakes ou continuações temporonas de filmes, como este.

Os atores Val Kilmer, Jennifer Connely, Miles Teller e Ed Harris estão de volta, porém, a então bela atriz Kelly McGillis, par romântico de Cruise, foi descartada. Ela própria considera que não foi chamada porque, ao contrário de Cruise, o tempo não lhe foi favorável, o que rendeu muitos memes diante do ator que é famoso por atuar em cenas perigosas sem dublês. Mas Pete não vai ficar sem interesse romântico, O papel coube à descolada Penny Benjamin (Jennifer Connely), que se manteve bonita e em forma, além de ser uma personagem independente, num cenário bem militar. Aparências importam...

No filme, dirigido por Joseph Kosinski (Oblivion), o velho amigo de Pete, almirante Tom Kasanski (Val Kilmer), o convoca para treinar um grupo de jovens pilotos, escolhidos entre os melhores. Sua missão: destruir um imenso arsenal nuclear secreto no fundo de um vale montanhoso.

A trama explora as brigas internas que surgem no grupo contra Pete, principalmente por parte de um dos comandantes, Beau 'Cyclone' Simpson (John Hamm), e o ressentimento de um dos alunos, Bradley Bradshaw (Miles Teller), filho de seu amigo que morreu no primeiro filme. Tudo isso enquanto o treinamento prossegue, com a competição rolando entre os mais jovens, como Hangman (Glen Powell) e a única mulher do grupo, Phoenix (Monica Barbaro).

O mundo hoje está muito diferente daquele dos anos 80, em plena Guerra Fria. Mesmo assim, a história repete o clima de heroísmo americano, em luta contra os donos do arsenal nuclear, forças não claramente identificadas. Isso é apenas um detalhe, no entanto, pano de fundo para o que realmente importa em Top Gun: a ação e as relações entre os personagens, com destaque para seus muitos e emocionantes voos. O objetivo de Top Gun: Maverick é divertir o público, como se fosse uma alternativa humana (embora exagerada) aos poderes de super-heróis que dominam o cinema de aventura.

Não é fundamental ter assistido ao filme antigo para ver o novo. Em 1986, o impacto de Top Gun: Ases Indomáveis foi tanto que o alistamento para pilotos da marinha americana aumentou 500% de um ano para outro, nos EUA. O efeito não deve ser tanto atualmente, mas os novos efeitos visuais, ainda mais espetaculares de Top Gun: Maverick, entregam o que o filme promete, diversão e emoção.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.