Thor: a Marvel, entre o Amor e Trovoadas

Único remanescente com o mesmo ator das franquias da Marvel (Capitão América, Homem de Ferro e Vingadores), o super-herói Thor (Chris Hemsworth) retorna em seu quarto filme solo, dessa vez na companhia de sua contraparte feminina: Thor: Amor e Trovão, novamente dirigido por Tiki Waititi (de Thor: Ragnarok), está em exibição desde a semana passada no CineX e em todo o país.

Depois de anos de perdas (do pai, Odin, e do seu martelo mágico Mjölnir), Thor vagou pelo espaço na companhia dos Guardiões da Galáxia e de um novo martelo. Enquanto tenta recuperar a dignidade e a forma física perdida, ele volta a reunir-se com Valquíria (Tessa Tompson) quando a Nova Asgard (a sobrevivente terrena do lar dos deuses nórdicos) é atacada por uma nova ameaça: Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale, também conhecido como Batman na DC), que rapta todas as crianças do reino.

Para surpresa de Thor, quem agora empunha o seu lendário martelo (o qual só pode ser erguido por quem “for digno” – e apenas o Capitão América o havia conseguido até então) é uma “Poderosa Thor” – sua ex, a cientista Jane Foster (Natalie Portman).

Para quem se apressar a ver nisso nova “lacração” da Marvel, essa série já foi apresentada há alguns anos nos quadrinhos da editora – e não foi a primeira vez em que Thor perdeu (por não ser “digno”) a posse do martelo. O que talvez possa ser considerada uma “lacração” Marvel foi a posição da Valquíria, que assume o trono de Odin mantendo o título de “rei” e não “rainha”.

Feminismos à parte, o diretor Waititi, que volta a assumir a figura do homem de pedra, Korg, o melhor amigo de Thor, retoma o tom cômico do filme anterior, na verdade até aumentando, com algumas bizarrices da mitologia nórdica, como a embarcação puxada por bodes gigantes.

Outra novidade é que, tal como era comum nos quadrinhos Marvel, diferentes panteões se apresentam, numa assembleia de deuses de todas as mitologias, liderada por Zeus (Russell Crowe). Zeus é o pai do herói grego Hércules, que possivelmente deverá aparecer no quinto (já programado) filme de Thor. Outra ousadia do filme é que Thor é jogado nu na tal assembleia (é o primeiro “nu” numa produção Marvel que, não nos esqueçamos, é Disney).

Mas o eixo do filme, terá mesmo como fio condutor a união do Poderoso e da Poderosa Thor, Valquíria e Korg contra o vilão Gorr, que deseja se vingar dos deuses após a perda da filha. Ele está decidido a exterminar todos os seres divinos do universo.

Entre uma batalha e outra, Thor e Jane Foster terão de encontrar tempo para justificar o título: “amor e trovão”, após mais de oito anos de separação. O que, novamente, exigirá escolhas, sacrifício, divisão de poderes e mais uma sequência. Como já se tornou tradição nos filmes da Marvel, é preciso esperar até o final e ver todos os créditos para as pistas dos próximos filmes.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.