The Flash: o filme que mudou a hierarquia de poder na DC Comics

The Flash, baseado no super-herói dos quadrinhos da editora DC Comics, chegou em Catanduva, no CineX, nesta quinta. Dirigido por Andy Muschietti (It: A Coisa e Mama), o longa explora o conceito de multiverso e traz de volta dois atores que já interpretaram o Batman: Michael Keaton (1989) e Ben Affleck (2016). O velho Batman, no entanto, é quem domina o filme. Mais multiverso, como na Marvel? Sim, porém, o conceito surgiu primeiro justamente num gibi do Flash em 1961, quando era chamada de “Terra-2” e havia um encontro de dois Flashs (o atual e o dos anos 40, que usava aquele capacete do deus Hermes, visto na série de TV).

No novo filme, Ezra Miller reprisa o papel de Barry Allen, o Flash, que já havia feito em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) e Liga da Justiça (2017). Desde então, o filme solo dele se arrasta há anos, devido aos escândalos em que o ator se meteu e às próprias crises internas da Warner, dona da DC, que trocou de mando.

Barry usa seus poderes para viajar no tempo e tentar salvar sua mãe, assassinada quando ele era criança. Ao fazer isso, altera a realidade e se depara com um mundo muito diferente do que ele conhecia. E consigo mesmo, mais jovem e sem poderes, claro. Encontra um Batman mais velho e amargurado, vivido por Michael Keaton, que retorna ao papel após 31 anos desde Batman: O Retorno, de Tim Burton. Ele também reencontra seu amigo Bruce Wayne (Ben Affleck), que se aposentou como o Homem-Morcego após os eventos de Liga da Justiça. Além disso, ele conhece uma nova heroína: a Supergirl, vivida pela atriz Sasha Calle. E que não é a prima do Superman (com série na TV) e futuro longa para cinema, com outra atriz. A Supergirl de Sasha Calle deve ficar em The Flash, para infelicidade da jovem atriz. Outro que reaparece é o general Zod (Michael Shannon), vilão do Superman Henry Cavill, que flopou junto do Adão Negro do The Rock, produção que sepultou a velha DC.  

Apesar disso, The Flash tem conexão com o reboot da DC no cinema, liderado pelo diretor James Gunn, que lançou recentemente O Esquadrão Suicida (2021) e a série O Pacificador (2022). Personagens estes que estarão preservados, desconsiderando os demais anteriores. Segundo Gunn, o filme do Flash vai abrir as portas para diversas possibilidades narrativas e permitir que os fãs vejam diferentes versões dos personagens que eles amam. O filme também faz referências aos filmes anteriores da DC, como Mulher-Maravilha e Aquaman e, mergulhando fundo no conceito do multiverso, “flashes” de antigos longas e séries da editora. Ele se baseia em Flashpoint, série de HQs que serviram para fazer o reboot dos super-heróis dos gibis.

Mesmo assim, ainda tem filmes do antigo universo cinematográfico da DC para lançar: Aquaman 2 e Besouro Azul. O destino deles sob Gunn, entretanto, vai depender das bilheterias. Para todos os efeitos, o reboot da DC começará, oficialmente, com Superman: Legacy, em julho de 2025.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.