Em tempos de redes sociais, o terremoto registrado em Itajobi na madrugada de ontem foi relatado pelos moradores da região em grupos de WhatsApp e plataformas digitais logo pela manhã. É a informação correndo em velocidade desenfreada a partir das evidências – cama vibrando, janela batendo e outras constatações e fatos que causaram estranhamento, ainda que sem qualquer confirmação da causa e efeito. Teve gente que acreditou ser acidente de trânsito ou alguém tentando invadir o imóvel batendo no portão. Foi exatamente o que ocorria antigamente, quando um vizinho contava um suposto fato para outro – e muitos deles não passavam de pura fofoca que nunca se confirmavam. Ontem teve até postagem de site noticioso indicando a possibilidade de que o tremor tenha sido causado por um jato supersônico que já passou pela região em outra ocasião, ainda que, naquele episódio, o barulho tenha chamado mais atenção do que o tremor de terra em si. É a demonstração de como não fazer jornalismo. No caso recente, o Centro de Sismologia da USP registrou o fenômeno, indicando seu epicentro em Itajobi no horário UTC 7h14, o que se refere às 4h14 no horário de Brasília, com 3.4 mR de magnitude, a chamada Escala Richter. A Defesa Civil de Catanduva também divulgou comunicado confirmando que moradores sentiram leve tremor de terra em alguns pontos da cidade, porém sem registro de ocorrências, danos estruturais ou feridos. A informação completa e apurada é essa e o restante, bem, é o lado negativo das redes sociais. Felizmente, não passou de um susto.