TEORIA E PRÁTICA
A administração municipal gosta de usar o termo humanização, sobretudo em referência a si mesma, autointitulando-se como um governo humanizado. Porém, com menos de 1 ano e meio de mandato, são muitas as reclamações que contrapõem justamente essa suposta marca da gestão, vindas dos quatro cantos da cidade. A exceção talvez seja somente o funcionalismo público municipal, a quem o prefeito direcionou todos os seus esforços e bênçãos.
Somente nesta edição, causa estranheza a falta de tato e diálogo da Secretaria de Esportes com os skatistas frequentadores da pista de skate do Conjunto Esportivo, o que levou o prefeito a reabrir o espaço de forma quase sorrateira, com fotos posadas em uma pista vazia e postadas apenas em suas redes sociais – nas páginas oficiais da Prefeitura não há nenhuma menção sequer à “reinauguração”.
Os áudios obtidos pela reportagem com reclamações de bolsidas da Bolsa Trabalho sobre o café da manhã recebido, ou a falta dele, é outro indicador de que nem tudo vai bem como tentam pintar. As três equipes de saúde bucal perdidas, descredenciadas pelo Ministério da Saúde, ainda que por entraves burocráticos, vai na linha daquelas situações que “pegam mal”.
Até mesmo o discurso do chefe de Gabinete da Prefeitura na sessão da Câmara, na semana passada, iniciado com o raciocínio sobre humanização, soou destoante minutos depois, à medida que sua própria fala pendeu mais para a ameaça política do que para a prestação de contas sugerida ao ocupar a tribuna. Longe de querer aconselhar, mas uma das situações mais reprovadas na avaliação popular é quando o discurso não coincide com a prática.
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