Tempos híbridos
As redes sociais mudaram a forma de relacionamento das pessoas, inclusive colocando muitas delas em um mundo irreal e de superficialidades, porém, ao mesmo tempo, abriu caminho para que outras formas de contato aconteçam. Com isso, amplificou vozes que antes estavam ocultas, abrindo espaço tanto para fake news e todo tipo de preconceitos, mas também para opiniões e críticas construtivas, manifestos democráticos, entre outras expressões humanas.
Ao relacionar tudo isso às eleições brasileiras, poderemos assistir, a cada pleito, ao reflexo dessa nova dinâmica no comportamento de eleitores e candidatos. No primeiro caso, pode ser que o voto fique ainda mais pulverizado, sobretudo para o Poder Legislativo, à medida que o cidadão passa a votar naquele que ele acompanha pelos canais e páginas na internet, ainda que, por ventura, tal candidato não tenha trazido nenhum tipo de benefício para sua cidade ou nem mesmo saiba sua localização.
A relação de proximidade começa a desaparecer, o que é um risco enorme, pensando de forma “bairrista”, já que isso poderá deixar Catanduva novamente sem representantes em São Paulo e Brasília.
Quanto aos candidatos, vê-se que os esforços direcionados às redes sociais aumentam a cada campanha, seja na produção de conteúdo ou na injeção de recursos em impulsionamentos.
O corpo a corpo, em parte, diminui, numa clara mudança de conduta e comportamento, ainda que os meios tradicionais não tenham sido esquecidos. Talvez seja um momento híbrido ou tendência irreversível, cujos prós e contras ainda são difíceis de serem avaliados. Com o tempo, quem sabe, teremos o resultado.
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