Tardou, mas não falhou
A condenação de quatro ex-vereadores por envolvimento em um esquema de “rachadinha” na Câmara de Catanduva, em que eles exigiam parte do salário de seus assessores em troca da nomeação dessas pessoas nos cargos, derruba aquela máxima de que os políticos nunca são responsabilizados por suas falcatruas. É o que se diz por aí, no dito popular, diante de tudo que se lê na imprensa ou vê na televisão. No linguajar popular, diz-se que tudo acaba em pizza. Assistimos nos últimos anos a uma série de desmandos, sobretudo no governo federal, com ex-presidente que agora é atual sendo preso e solto, e o que o sucedeu tornando-se igualmente alvo de denúncias sérias que, se bem apuradas, podem ter desfecho negativo semelhante. No parlamento então, há deputados e senadores que foram denunciados e condenados em mais de um processo e lá continuam, reelegendo-se de forma ininterrupta, mantendo-se no poder. A coisa não parece ser séria, pois, se assim fosse, a realidade política do país certamente seria outra. Todavia, apesar disso tudo, voltando ao ponto inicial, a condenação dos ex-vereadores de Catanduva mostra que há, sim, punição para quem não anda na linha. Os quatro, mais a ex-assessora de um deles, terão de desembolsar R$ 167 mil pra restituir os valores acumulados de forma ilícita e para o pagamento de multas. Ao menos na teoria, pois é claro que há, entre eles, quem não tenha a mínima condição e honrar com tais compromissos financeiros. Se as penas são brandas demais, adequadas ou severas, fica para a análise de leitor, pois o que importa mesmo é o recado dado à sociedade como um todo com o afastamento de todos eles da vida política da cidade pela próxima década, o que provavelmente inviabilizará qualquer voo futuro.
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