Sylvio Antonio Bueno Netto

Primeiro foi o Marcelo Gimenes, depois o Dr. Antonio Celidônio Ruette e agora o Sylvio. Três fundadores da AEC que, neste ano, está completando dez anos e que, juntamente com o Grupo Voluntários do Bem, deverá entregar até o final do ano mais uma ala com 32 leitos totalmente reformada e revitalizada do Hospital Emílio Carlos, destinada exclusivamente aos pacientes do SUS. Infelizmente o presidente Sylvio não poderá cortar a fita de inauguração (que poderá ser a última), nem tampouco fazer o seu breve discurso ressaltando a importância do trabalho da AEC e dos seus poucos diretores, destacando a parceria com o grupo Voluntários do Bem e o agradecimento especial às inúmeras pessoas e empresas que mais uma vez contribuíram para que a obra fosse realizada, nunca revelando que uma terça parte de todas as contribuições, desde a primeira obra, tinha como fonte e origem a participação de seus parentes próximos e também a sua pessoal. Como presidente e participante ativo da AEC, Sylvio construiu muito mais do que quartos de hospital, na medida em que também estreitou laços de amizade e confiança com o pequeno grupo de pessoas que liderou por tantos anos (entre as quais nos incluímos), e, que é próprio de quem tem a sabedoria e o espírito de liderança. A interação com este pequeno grupo sempre foi tão marcante e incondicional que tudo leva a crer que seus componentes foram escolhidos por Deus para que, em dado momento, se reunissem, e assim Ele pudesse realizar a sua obra em prol dos pacientes pobres do Hospital Emílio Carlos. Mas, fato é que perdemos o segundo timoneiro, não obstante o legado por ele deixado nas pessoas, que é eterno, é mais importante do que o deixado para as pessoas, embora este seja também significativamente considerável. Com efeito, quem o conheceu teve a oportunidade de se encantar com o seu bom senso, ponderação e simpatia; quem não o conheceu não sabe do que se privou; quem com ele conviveu teve a oportunidade de conhecer as suas qualidades e sua generosidade; quem desfrutou da sua amizade conheceu o seu entusiasmo pela vida e sua sinceridade; quem compartilhou do seu dia a dia soube do seu dinamismo e determinação; quem conheceu a sua trajetória de vida é testemunha das suas virtudes de esposo exemplar, pai carinhoso e avô afável; quem com ele não compartilhou nenhum trabalho voluntário não conheceu a dimensão da razão e do equilíbrio; quem não surfou com ele na onda de ser voluntário deixou de conhecer quão sábias eram as suas lições e, finalmente, quem não teve a chance de admirá-lo é porque não conheceu a sua sabedoria e a verdadeira grandeza de um ser humano notável. Bem sabemos que os dias têm sido difíceis e tristes desde o momento da passagem do Sylvio, principalmente para a esposa Léssia, os filhos Paula, Luciana, Adriano e a esposa Ana Paula, e ainda para os netos, Celina, Letícia, André, Luiza e Clarisse. Mas é preciso considerar que foram dezenas de milhares de dias felizes. E isso é o que conta! E, aqui, como já fizemos em outras oportunidades, fazemos nossas as palavras da amiga Silvia Stefane Fonseca: “Infelizmente o tempo tem o poder de tirar do nosso convívio essas pessoas tão especiais, que deveriam viver para sempre ensinando com seu exemplo.” Quem sabe agora você, amigo Sylvio, juntamente com o Marcelo, lidere um novo grupo pronto para servir o Senhor no plano onde ambos se encontram. Seguramente, com a sua chegada, não mais estará faltando liderança no céu!

Autor

José Carlos Buch
É advogado e articulista de O Regional.