Apesar dos esforços da Disney, que conseguiu emplacar dois grandes sucessos no período das festas de fim de ano (Moana 2 e Mufasa - O Rei Leão, ambos ainda em cartaz), as bilheterias foram dominadas por Sonic 3: O Filme, em Catanduva sendo exibido no Grupo Cine, no shopping.

Sonic 3: O Filme é dirigido por Jeff Fowler, que também esteve à frente dos dois filmes anteriores da franquia, Sonic: O Filme (2020) e Sonic 2: O Filme (2022). Fowler tem se destacado por sua habilidade em adaptar a popular série de videogames da Sega para o cinema, mantendo o tom divertido e acessível tanto para crianças quanto para adultos.

A trama de Sonic 3 continua a aventura do ouriço azul, que agora precisa enfrentar um novo e poderoso inimigo, Shadow, que possui habilidades únicas e representa uma grande ameaça. Shadow, da mesma raça de Sonic, é um ouriço vermelho e preto, um dos mais populares personagens do game há anos, mas só agora surgiu a oportunidade de aproveitá-lo. Curiosamente, ele é dublado na versão original por Keanu Reeves (Matrix, John Wick). Para derrotar Shadow, Sonic se une a seus amigos Knuckles e Tails, formando uma equipe improvável que inclui até mesmo o vilão Dr. Robotnik, novamente vivido pelo cômico Jim Carry. Que, além disso, interpreta também o Dr. Gerald Robotnik, avô do vilão e que tem alguma relação passada com Shadow.

Com a velocidade típica de um videogame, o filme, funciona bem como uma sátira debochada às produções de heróis, abusando de seu visual exagerado e sem se levar a sério. Os personagens também se apresentam mais complexos do que o habitual na franquia, principalmente Shadow, com seu passado, mas também o próprio Sonic, que dessa vez se mostra menos dependente em relação aos humanos Tom e Maddie (James Marsden e Tika Sumpter).

O filme foi anunciado oficialmente durante um evento da ViacomCBS e é parte de uma estratégia contínua para expandir o universo de Sonic no cinema. A produção buscou corrigir algumas falhas das sequências anteriores, focando mais nos personagens principais e menos em tramas humanas desnecessárias, resultando em uma narrativa mais coesa.

É uma trajetória surpreendente para uma franquia de filmes em um gênero que costuma a decepcionar nas adaptações de games. Ainda mais considerando que a primeira imagem de Sonic, em 2020, causou revolta em fãs pelo visual do personagem. A Paramount foi obrigada a investir milhões em novos efeitos digitais, mas a providência em agradar a fanbase gamer deu certo.