Sonhos esfacelados
O fechamento de 320 empresas em Catanduva em apenas cinco meses deveria acender o sinal de alerta, fazer tocar o telefone vermelho das emergências na mesa das autoridades. É sinal que a engrenagem econômica está girando lentamente e que o desemprego vai se agravando, também no município.
É o indicativo também que o poder público precisa agir, nem que seja para acolher os necessitados em projetos sociais, ampliar o número de cestas básicas, enfim, assistir verdadeiramente as famílias que precisarem. Ah, mas podem ser apenas CNPJs sem empregados, dirão alguns com o coração mais frio ou certas tendências políticas. Sobre isso, há ao menos dois apontamentos importantes a fazer: ainda que sejam, no ano passado foram 198 empresas fechadas no mesmo período e essa simples comparação já demonstra que as coisas estão piorando.
O outro ponto é que, ainda que tais empresas sejam de uma única pessoa, sem quaisquer colaboradores, são 320 sonhos que se foram e esperanças de uma vida melhor esfaceladas, além de 320 oportunidades de novos negócios, que poderiam crescer e empregar no futuro, desperdiçadas.
Quando a pessoa começa a atender seus clientes em casa, instala-se em um comércio de apenas uma porta, organiza-se como microempresa ou MEI, de imediato alimenta sonhos e se lança na empreitada com a certeza de que tudo dará certo. Quando isso não ocorre, até pela visível falta de informação e conhecimentos mínimos sobre gestão, é o pesadelo que toma espaço. O estrago costuma ser grande e a ajuda precisa chegar rápido.
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