Sobre o saber, o poder e o amar
Os humanos são, supostamente, aqueles que sabem, os que conhecem as coisas com os pensamentos e as palavras. Diferentemente dos seres não humanos que conhecemos, o nosso maior poder (capacidade de fazer coisas) reside no intangível plano das ideias, terra fértil em que semeamos as futuras ações.
E ingenuamente acreditamos que é isso – essa capacidade de pensar e falar – que nos torna superiores. E nos autoproclamamos a obra central de toda a Criação. Nesse Universo incompreensivelmente infinito, em que, por comparação aos bilhões de galáxias existentes, o Planeta Terra é absolutamente invisível (de tão pequeno), nós humanos realmente acreditamos ser a última bolacha do pacote…
Não me surpreenderia se uma formiga, se tivesse alguma autoconsciência, se considerasse o ser mais relevante do mundo. Penso que seria natural e compreensível. Mas essa ideia resultaria apenas da incapacidade de enxergar algo além de certos limites bem estritos.
E é esse o ponto: nós enxergamos somente o que conseguimos enxergar e portanto sabemos apenas o que somos capazes de saber. E, convenhamos, isso é muito pouco. E em razão do quão pouco realmente sabemos, nós, os todo-poderosos humanos, senhores do planeta terra, o que mais temos feito em nossa história é praticar atos de destruição desse nosso único lar e dos nossos companheiros de morada.
Então é tempo de substituir os conflitos de opiniões e convicções pela construção de consensos que se sustentem no bem geral, no respeito às diversidades e na garantia da vida digna. É urgente o desenvolvimento da humildade pessoal que inclua a ausência de desejo de dominação sobre o outro em qualquer sentido, ainda que sentimental, religioso, cultural ou ideológico.
Para isso existe apenas um caminho: saber menos, poder menos, amar mais.
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